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MILÉNIO E ARREBATAMENTO - LEITURAS DE FÉ





1. Jesus foi um profeta escatológico, que anunciou e actuou na perspectiva da acção iminente de D'us, que iria transformar a ordem social e política do mundo. 2. Foi um sábio, perito em humanidade, contando histórias iluminantes para a condução da vida, para lá da banalidade do mundo e em ordem ao seu entendimento e transformação. 3. Foi um taumaturgo e um carismático. Tinha "poderes" especiais, com grande capacidade de influência. Colocou-se do lado dos oprimidos, com "sinais" a seu favor, preocupando-se com a saúde das pessoas, a sua libertação e autonomia pessoal. 4. Foi homem de mesa comum. Estava interessado na comunicação viva e fraterna entre todos, como mostram os banquetes com pecadores e excluídos, ultrapassando as divisões entre puros e impuros. 5. Criticou uma forma de família baseada só na genealogia, para procurar uma forma nova de comunhão e inter-relação entre todos: num momento de grande desestruturação social, apresentou-se como impulsionador de um movimento messiânico, aberto a todos e integrando os diversos estratos da sociedade, especialmente os marginalizados. 6. Foi um comprometido radical, de tal modo que a sua proposta não foi aceite por muitos "bons" judeus do seu tempo. Rompeu com normas sacras aceites pela maioria religiosa e abriu-se aos marginalizados sociais, num momento de grande crise económica, cultural, social e familiar. A sua proposta tornou-se perigosa, originando um conflito com os defensores da ordem religiosa e os representantes de Roma. 7. Foi um pretendente messiânico, executado em Jerusalém. Foi um profeta, um sábio, um carismático, mas não apenas isso. Ele subiu a Jerusalém pela Páscoa do ano 30 como portador do Reino de Deus, ainda que se discutam as características da sua pretensão. Foi rejeitado pelas autoridades sacerdotais de Jerusalém e condenado à morte por Pôncio Pilatos como "rei dos judeus". 8. Depois da sua morte, o seu movimento profético-messiânico manteve-se e transformou-se. Muitos continuaram a acreditar nele, confessando que ele está vivo em D'us. Reflectindo sobre o modo como viveu, como agiu e se comportou, sobre a sua experiência de Deus, que proclamou, com palavras e obras, como amor incondicional, tiveram a experiência avassaladora de que ele não morreu para o nada, mas para o interior da Vida plena de Deus. É o Vivente em D'us.



ANSELMO BORGES

O maior afrodisíaco

Quem escreveu este artigo? Um padre com obediência ao bispo da diocese? Um filósofo católico? Um católico "progressista"? Um cripto-ateu? Um sacerdote indignado? Um professor universitário?
RESPOSTA: PROFESSOR DOUTOR PADRE »» ANSELMO BORGES

Ainda Papa, J. Ratzinger disse o que é decisivo: "Nós somos a Igreja; a Igreja não é uma estrutura; nós, os próprios cristãos juntos, todos nós somos o Corpo vivo da Igreja. Naturalmente, isto é válido no sentido de que o 'nós', o verdadeiro 'nós' dos crentes, juntamente com o 'Eu' de Cristo, é a Igreja."
Mas, de facto e desgraçadamente, quando se pensa e fala e escreve sobre a Igreja, no que se pensa e fala e sobre que se escreve é, em primeiro lugar, a Igreja enquanto instituição e concretamente a organização central - em que se pensa, quando se diz o Vaticano? -, com o Papa, o cortejo de cardeais, arcebispos, bispos, monsenhores da Cúria e o Banco do Vaticano e regras e normas e escândalos e intrigas que se diz aninharem-se por lá e, evidentemente, também o espectáculo nem sempre edificante, e o folclore. Aliás, quem se não quiser enganar, mesmo dentro da Igreja, que se pergunte: o que juntou os mais de 5000 jornalistas estrangeiros em Roma para a eleição do novo Papa? Foi verdadeiramente a Igreja viva, constituída pelos discípulos de Jesus, que procuram real e verdadeiramente segui-lo no amor de Deus e do próximo?
Seja como for, acima de tudo e em primeiro lugar, é preciso voltar a Jesus Cristo, ao que ele foi, é, quis e quer. Realmente, em síntese, como escreveu o teólogo Hans Küng, a Igreja é a comunidade dos que acreditam em Jesus Cristo: "A comunidade dos que se entregaram e entregam a Jesus e à sua causa e a testemunham com energia como esperança para o mundo. A Igreja torna-se crível se disser a mensagem cristã, não em primeiro lugar aos outros, mas a si mesma, e, portanto, não pregar apenas, mas cumprir as exigências de Jesus."
A Igreja não pode entender-se como uma gigantesca empresa multinacional religiosa ou um aparelho de poder. Ela é povo de Deus espalhado pelos diferentes lugares do mundo. O Papa não pode ser visto como um "autocrata espiritual", mas como bispo que tem o primado pastoral, vinculado ao colégio dos bispos. E as funções nucleares da Igreja são oferecer aos homens e às mulheres de hoje a mensagem cristã, de modo compreensível, sem arcaísmos nem dogmatismos escolásticos, e celebrar os sacramentos, sem esquecer o dever de assumir as suas responsabilidades sociais, apresentando à sociedade, sem partidarismos, opções fundamentais, orientações para um futuro melhor para a Humanidade, na paz, no respeito pelos direitos humanos, na preservação da natureza.
O novo Papa tem pela frente missões gigantescas. A credibilidade da Igreja-instituição bateu no fundo. Impõe-se, pois, uma conversão de fundo. A pedofilia tem de acabar definitivamente. Tolerância zero igualmente para os escândalos intoleráveis do Banco do Vaticano. Os direitos humanos têm de valer também no seio da Igreja: liberdade de investigação, de opinião, de expressão. A quem tem medo da democracia e da participação lembra-se o que diz o Vaticano II: "É perfeitamente conforme com a natureza humana que se constituam estruturas jurídico-políticas que ofereçam a todos os cidadãos, sem discriminação alguma e com perfeição crescente, possibilidades de tomar parte livre e conscientemente na eleição dos governantes." As mulheres não podem ser discriminadas. A moral sexual pede revisão, bem como a lei obrigatória do celibato, que deve ser opcional. Decisiva é a reforma da Cúria, verdadeiro cancro da Igreja: "Impõe-se reformar a Cúria Romana", exige o cardeal W. Kasper. A Cúria só se compreende enquanto serviço da autoridade eclesiástica, que não reside na Cúria, mas no colégio dos bispos com o Papa à cabeça, como lembra o teólogo J. I. González Faus, que quer também que desapareçam do círculo do Papa "todos os símbolos de poder e de dignidade mundana": "príncipes da Igreja" é "título quase blasfemo".
Mas não haverá reforma sem conversão no que se refere àquela que foi a única tentação com que Jesus também foi confrontado: a tentação do poder, disso que é - disse-o quem sabe (Henry Kissinger) - o maior afrodisíaco. Jesus deixou a palavra decisiva: "Não vim para ser servido, mas para servir."




Valquiria Silva Santos

Shalom!

Estamos chegando no final da história deste mundo, Satanás sabe que pouco tempo lhe resta. Está ansioso para destruir toda a alma crente em Yeshua o Messias.

Precisamos estudar as profecias e com oração pedir ao Eterno que não nos deixe desviar nem para esquerda nem para a direita, pois a profecia aponta plenamente para acontecimentos futuros entre muitas profecias está o Milénio cuja base profética está na doutrina do santuário.
Se removermos uma peça desta doutrina dada por Elohim a Moshé destruiremos todo o seu Significado, e a sua sombra, que por tanto tempo apontava para aquele acontecimento.



Milénio...

Onde serão as nossas Férias?




Breve vou cantar esta linda canção:

Shalom a alechem mal achê hasharet mal achê lion i
יש לי שבת מענגת





Shalom a alechem mal achê hasharet mal achê lion i
יש לי שבת מענגת



Muito bom...



Ainda Papa, J. Ratzinger disse o que é decisivo: "Nós somos a Igreja; a Igreja não é uma estrutura; nós, os próprios cristãos juntos, todos nós somos o Corpo vivo da Igreja. Naturalmente, isto é válido no sentido de que o 'nós', o verdadeiro 'nós' dos crentes, juntamente com o 'Eu' de Cristo, é a Igreja."
Mas, de facto e desgraçadamente, quando se pensa e fala e escreve sobre a Igreja, no que se pensa e fala e sobre que se escreve é, em primeiro lugar, a Igreja enquanto instituição e concretamente a organização central - em que se pensa, quando se diz o Vaticano? -, com o Papa, o cortejo de cardeais, arcebispos, bispos, monsenhores da Cúria e o Banco do Vaticano e regras e normas e escândalos e intrigas que se diz aninharem-se por lá e, evidentemente, também o espectáculo nem sempre edificante, e o folclore. Aliás, quem se não quiser enganar, mesmo dentro da Igreja, que se pergunte: o que juntou os mais de 5000 jornalistas estrangeiros em Roma para a eleição do novo Papa? Foi verdadeiramente a Igreja viva, constituída pelos discípulos de Jesus, que procuram real e verdadeiramente segui-lo no amor de Deus e do próximo?
Seja como for, acima de tudo e em primeiro lugar, é preciso voltar a Jesus Cristo, ao que ele foi, é, quis e quer. Realmente, em síntese, como escreveu o teólogo Hans Küng, a Igreja é a comunidade dos que acreditam em Jesus Cristo: "A comunidade dos que se entregaram e entregam a Jesus e à sua causa e a testemunham com energia como esperança para o mundo. A Igreja torna-se crível se disser a mensagem cristã, não em primeiro lugar aos outros, mas a si mesma, e, portanto, não pregar apenas, mas cumprir as exigências de Jesus."
A Igreja não pode entender-se como uma gigantesca empresa multinacional religiosa ou um aparelho de poder. Ela é povo de Deus espalhado pelos diferentes lugares do mundo. O Papa não pode ser visto como um "autocrata espiritual", mas como bispo que tem o primado pastoral, vinculado ao colégio dos bispos. E as funções nucleares da Igreja são oferecer aos homens e às mulheres de hoje a mensagem cristã, de modo compreensível, sem arcaísmos nem dogmatismos escolásticos, e celebrar os sacramentos, sem esquecer o dever de assumir as suas responsabilidades sociais, apresentando à sociedade, sem partidarismos, opções fundamentais, orientações para um futuro melhor para a Humanidade, na paz, no respeito pelos direitos humanos, na preservação da natureza.
O novo Papa tem pela frente missões gigantescas. A credibilidade da Igreja-instituição bateu no fundo. Impõe-se, pois, uma conversão de fundo. A pedofilia tem de acabar definitivamente. Tolerância zero igualmente para os escândalos intoleráveis do Banco do Vaticano. Os direitos humanos têm de valer também no seio da Igreja: liberdade de investigação, de opinião, de expressão. A quem tem medo da democracia e da participação lembra-se o que diz o Vaticano II: "É perfeitamente conforme com a natureza humana que se constituam estruturas jurídico-políticas que ofereçam a todos os cidadãos, sem discriminação alguma e com perfeição crescente, possibilidades de tomar parte livre e conscientemente na eleição dos governantes." As mulheres não podem ser discriminadas. A moral sexual pede revisão, bem como a lei obrigatória do celibato, que deve ser opcional. Decisiva é a reforma da Cúria, verdadeiro cancro da Igreja: "Impõe-se reformar a Cúria Romana", exige o cardeal W. Kasper. A Cúria só se compreende enquanto serviço da autoridade eclesiástica, que não reside na Cúria, mas no colégio dos bispos com o Papa à cabeça, como lembra o teólogo J. I. González Faus, que quer também que desapareçam do círculo do Papa "todos os símbolos de poder e de dignidade mundana": "príncipes da Igreja" é "título quase blasfemo".
Mas não haverá reforma sem conversão no que se refere àquela que foi a única tentação com que Jesus também foi confrontado: a tentação do poder, disso que é - disse-o quem sabe (Henry Kissinger) - o maior afrodisíaco. Jesus deixou a palavra decisiva: "Não vim para ser servido, mas para servir."


Sobre a doutrina concernente ao Milénio, ela não é dogmática. Existem muitos teólogos, que se sentem desconfortáveis com o chamado período milenar e a presença, na sua óptica, tenebrosa, do 3º Templo, entregue ao Magistério judaico; este entendimento interpretativo é considerado uma heresia. Vide http://www.traditio.com/tradlib/faq10.txt »» »»
"Don't fall into the Millennialist heresy by romanticizing Heaven into some kind of "perfect earth." Heaven is the Beatific Vision, the immediate and direct perception of Almighty G'd. When you are in the presence of the Most Perfect and Most Beautiful G'd, everything else pales into oblivion."


E ainda têm uma palavra para os defensores do Arrebatamento, "Rapture" em inglês. "Paul, in his First Letter to the Thessalonians 4:16, writes: 
"Then we who are alive, who are left, shall be taken up [Greek "hapargesometha"] together with them [the dead in Christ 4:15] in the clouds to meet Christ, into the air: and so shall we be always with the Lord."


Some Fundamentalist Protestants [http://virginradiodubai.com/common/more.php?m=15&r=5&item_id=20171] & all the Messianach Jews (we include in this group all the "nay" haredi yehudim [http://israelitas.com.br/home/index.php] and the "aye" haredi yehudim [http://www.jewsforjesus.org/publications/issues/10_8/trinity] trinitarian jews who believe in Yeshua) hold to the error of Millennialism, believing that Christ will actually reign as king over the entire earth for a thousand-year period at some time in the future.

These Protestants and some of the Yoshke's yehudim read the passage as meaning that the entire Ecclesia (Church)/Kehilah (Congregation) would be taken to meet 
Christ in the air on a cloud ("raptured out") at the start of the Millennium.



Against this error is the fact that this notion was first taken from a marginal commentary in a Protestant Bible and over time was given a life of its own. 

St. Augustine, enunciating the belief of the Fathers and Doctors of the Church, held that the thousand-year period allegorically refers to all of time after the death and resurrection of Christ and that those who are alive at the Lord's second coming (parousia) will be "caught up," that is, changed by the power of God from being corruptible and mortal to being incorruptible and immortal (cf. 1 Cor. 15:51, 2 Cor. 5:2-4)."


Os crentes que aceitam a escatologia milenar postulam que ainda que pareça um sonho imaginarmos atualmente um mundo de paz, justiça e amor, onde já não mais predomine a miséria, a fome, as epidemias, os vícios, as drogas, injustiças sociais, as guerras e os terríveis desastres naturais, como vulcões, enchentes, terremotos, etc.. Onde se possa conviver em paz com a natureza, sem os nocivos efeitos da poluição, que tão violentamente destroem as nossas florestas, rios e mares! Não é um sonho! Como será maravilhoso vivermos a profecia de Isaías 11: 5-6, que fala-nos de uma era de paz, entre homens e mesmo entre os animais, de forma que um menino os poderá guiar. Os próprios animais ferozes de hoje, naquela era serão mansos e habitarão juntos.
E continuam: "Sim isto pode parecer uma utopia, mas na verdade será uma realidade em épocas vindouras. O profeta Daniel teve uma importante visão da história mundial, onde se lhe revelou os quatro grandes impérios mundiais, sob o comando de homens falíveis, e, finalmente, ao concluir o último reino subdividido em dez poderes, a instauração do reino milenial messiânico, sob o governo do Rei, Messias e Filho de D-us, nosso Senhor Yeshua (Jesus) HaMashiach. (Vide Daniel 2)


POR QUE A TERRA ESTÁ ASSIM?
O profeta Isaías nos diz: “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão.” (Isaías 24: 5,6)
O próprio homem livremente escolheu e tem sustentado a decisão de viver afastado do conhecimento do verdadeiro D-us, e de Sua Palavra, as Santas Escrituras. Tem preferido os errantes caminhos do pecado e as filosofias humanas, distanciando-se cada vez mais do Criador, conforme Isaías profetizou: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e vosso D-us; e os vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59: 2). O apóstolo Paulo nos fala dos que andam “...entenebrecidos no entendimento, separados na vida de D-us pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.” (Efés. 4: 18). A desobediência e a indiferença no tocante às coisas de D-us, são as principais causas da decadência de nosso planeta, de forma que só uma intervenção divina pode realmente mudar o quadro atual.


EM QUE CONDIÇÕES NOS FOI DADA A TERRA?



A Terra que hoje habitamos, mesmo que assolada por tudo o que o pecado produziu, ainda conserva muito de sua beleza original. Quando D-us a criou, no entanto, era um reino maravilhoso, um paraíso, bem distante do que é hoje. Há um dito popular, que os gostos não são iguais, e é verdade. No entanto perguntamos: Quem discordaria do gosto do próprio D-us? Ele é soberano e perfeito criador! Estamos seguros de que, tudo que for bom para Ele, é ótimo para nós. Consideremos pois como D-us achou o planeta que criou para o homem: “...e viu D-us que era bom.” (Gên. 1: 10). Dia a dia, ao concluir Suas obras criativas, D-us se regozijava e achava tudo o que tinha feito, realmente bom. A luz, os céus (expansão), as águas, as plantas, os astros, os peixes, as aves, os animais e enfim, o homem; tudo o Senhor concluía que estava bom. Ousaria alguém discordar do Senhor? Por fim, com homem já criado e tendo o Senhor lhe dado o domínio sobre todos os demais seres viventes, os animais em geral, nos relata o livro de Gênesis 1: 31: “E viu D-us que tudo quanto tinha feito, e eis que era tudo muito bom.” Sim leitor, muito bom! Assim era o mundo quando o Senhor o entregou, o deu ao homem “Os céus são os céus do Senhor, mas a Terra deu-a Ele aos filhos dos homens.” (Salmo 115:16). Era um jardim, um paraíso perfeito! Infelizmente o homem perdeu o domínio, entregando-o a lúcifer (Luc. 4:6). D-us estabeleceu a semana de sete dias, abençoando e santificando o sétimo e último dia, para repouso periódico do homem: o santo Sábado. “E abençoou D-us o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra...” (Gên. 2:3).

Tendo D-us santificado e especificado o dia que o homem deveria repousar na semana, recomendou-lhe que não se esquecesse, ordenando-lhe: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu D-us; não farás nenhuma obra... e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou.” (Ex. 20: 8-11) E hoje? Estão os homens ainda respeitando esta ordem divina ou se esqueceram?

Com a queda do homem e sua opção pelo pecado, maldições recaíram sobre os animais (inimizade), sobre a mulher (Ampliada a dor de parto e sua sujeição total ao homem) e as pragas sobre a lavoura. A pior das conseqüências foram as mortes física e espiritual. A morte representa o pior de todos os inimigos e somente será destruída depois de se completar o Reino Milenar de Mashiach, com o juízo final e a total purificação da Terra. (Gên. 3:14-19; Rom. 5: 12 e I Cor. 15: 26)

A única esperança de redenção para o homem e o planeta, foi a promessa de um Salvador, o Senhor Yeshua (Jesus) HaMashiach, semente da mulher, que em tempos vindouros salvaria, tanto o homem quanto a própria Terra, purificando e tornando-a como era originalmente.


Na segunda vinda do Mashiach se dará a primeira ressurreição, quando todos os santos mortos desde o princípio do mundo, ressuscitarão incorruptíveis e os santos que estiverem vivos serão transformados também em imortais e incorruptíveis (I Tess. 4: 13-18 e I Cor. 15: 51-54). Estes, após o arrebatamento, ou seja, o ajuntamento nas nuvens para o encontro ou recepção do Senhor Yeshua (Jesus) nos ares, na condição de anjos, irão se assentar com o Mashiach em Seu Trono, isto é, irão reinar com o Senhor, como reis e sacerdotes sobre a Terra durante o Milênio. Os santos governarão o restante das nações, sobreviventes à grande batalha final, que se dará na vinda do Senhor (Apoc. 3: 21; batalha final, que se dará na vinda do Senhor (Apoc. 3: 21; 2: 26; 5: 9-10 e 20: 6; Daniel 7:18, 27).
O Reino Milenar é, na realidade, um período de transição da Terra, do estado caótico em que se encontra, à condição paradisíaca do Éden e, como na criação, se caracterizará pela abundância de paz, justiça e amor. Um processo de eliminação de todos os inimigos e de tudo o que a contaminou ao longo dos séculos, se desenrolará durante todo o Milênio “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo dos seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.” (I Cor. 15: 25-26)
A restauração da Terra é prevista: “O qual convém que os céus contenha, até aos tempos da restauração de tudo, dos quais D-us falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.” (Atos 3: 21). E ainda: “...quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono...” (Mat. 19: 28)
A batalha final, a terceira guerra mundial ou Armagedom, como se conhece, já é o início dos juízos de D-us, quando começarão a ser derrotados os inimigos de D-us: o extermínio dos governantes da Terra e seus exércitos, das nações (das quais poucos sobreviventes restarão (Isaías 24: 6), o lançamento da Besta e do Falso Profeta no Lago de Fogo e a prisão de Satanás por mil anos. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e Ele as regerá com vara de ferro... E vi a besta e os reis da Terra e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta... Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e os demais foram mortos... Vi descer do céu um anjo... Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.”
O principal objetivo da prisão de Satanás, será para não enganar e perturbar as nações durante o Milênio; nações sobreviventes do Armagedom e suas gerações. Ele terá que, junto às suas hostes malignas, ficar inativo e preso, durante os mil anos: “...para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem.” Ao final do Milênio, todavia, será solto por um pouco de tempo, e sairá a enganar as nações aqui formadas, que estão nos quatro cantos da Terra. (Apoc. 19: 5; 19: 21; 20: 1-10). Ver ainda Zac. 13: 2.




YESHUA (JESUS) OCUPA O TRONO PROMETIDO


Consideremos o Reino de D-us em três fases: a) Reino Espiritual da Graça, o atual, com o Mashiach reinando em nossos corações; b) Reino Milenar do Mashiach, sobre a Terra, restauração ao paraíso edênico e; c) Reino Eternal, com a total renovação do planeta no fim do Milênio, a descida da Nova Jerusalém e a entrega do Reino ao Pai, por nosso Senhor Yeshua (Jesus) HaMashiach. “Depois virá ao fim, quando tiver entregado o reino a D-us, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e a força... E quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas então o mesmo Filho se sujeitará Àquele que todas as coisas lhe sujeitou...” (I Cor. 15: 24-27)

O Trono de Davi e a promessa de um sucessor, o Mashiach, ao Trono e ao governo, foi resultado de um firme e inquebrantável pacto feito por D-us e Davi: “Porém a tua casa o teu trono serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firmado para sempre.” Este pacto foi renovado com Salomão, seu filho. Vide II Sam. 7: 16; I Crôn. 22: 8-10; II Crôn. 7: 17-18. Note que D-us assumiu este compromisso!

A idéia de alguns, de que Yeshua (Jesus) vai levar a Kehilah (Congregação) para Céu e lá reinar, tende a anular as promessas divinas a Davi. Sabemos que D-us vai sustentar a aliança que fez, e nada, de forma alguma, mudará a Palavra do Senhor. Desta firme aliança, Ele mesmo diz: “Não quebrarei o Meu concerto, não alterarei o que saiu de meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade, que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel.” (Salmo 89: 34-37).

Jeremias e Isaías falam deste reino: “Eis que vem dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e prosperará e praticará a justiça e o juízo na Terra. Porque brotará um rebento do tronco de Jessé... Do incremento deste principado e da paz não haverá fim sobre o trono de Davi e no seu reino...” (Jer. 23: 5; Isaías 11: 1 e 9: 7).

D-us ainda nos dá uma prova de veracidade e infalibilidade de Suas promessas ao afirmar: “Assim diz o Senhor: se puderes invalidar o Meu concerto do dia, e o Meu concerto da noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu tempo, também se poderá invalidar o Meu concerto com Davi, meu servo, para que não tenha filho que reine no seu trono... Também rejeitarei a descendência de Jacó, e de Davi, Meu servo de modo que não tome da sua semente que domine sobre a semente de Abraão, Isaque e Jacó; porque removerei o seu cativeiro, e apiedar-me-ei deles” (Jer. 33: 20,21,25 e 26).

Embora as profecias afirmem o reconhecimento de Yeshua como o Messias pelos judeus religiosos na vinda do Senhor Yeshua (Jesus) e a futura participação dos mesmos no Reino Milenar, há alguns que querem, por todas as maneiras, excluir a Israel das preciosas promessas anteriormente feitas por D-us. Persistem em afirmar que tais promessas estavam na dependência da obediência do povo de Israel, ou seja, que só participariam das mesmas, se fossem obedientes. Visto que já nos dias apostólicos, uma parte dos israelitas se endureceram e passaram a rejeitar a Palavra de D-us, muitos religiosos, desconhecendo as profecias, lançam Israel totalmente fora dos planos divinos. Todavia perguntamos: É isto realmente o que as Escrituras ensinam? De forma alguma. Vejamos o que Shaul HaShaliach (Paulo) diz:



“Porque não quero irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim, todo o Israel será salvo...” (Rom. 11: 25).

Fica claro, portanto, que na vinda do Senhor se encerra o tempo de salvação e a era dos gentíos, e cessa o endurecimento de Israel, ocorrendo sua aceitação do Mashiach conforme relata Zacarias 12: 10; Ezequiel 36: 24-28; Rom. 11: 26-27 e Jer. 33: 7-8.

A desobediência do povo de Israel nesta fase de endurecimento lhe traria muitas conseqüências, muitas punições, porém nada disso alteraria as promessas do reino: “A minha benignidade lhe guardarei para sempre. E o Meu concerto lhe será firme. E conservarei para sempre a sua descendência e o seu trono, como os dias do céu. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nos Meus juízos, se profanarem os Meus preceitos, e não guardarem os Meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniquidade com açoites. Mas não retirarei totalmente dele a minha benignidade, nem faltarei a minha fidelidade. Não quebrarei o Meu concerto... não mentirei a Davi” (Salmo 89: 28-35). “O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela; do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono” (Salmo 132: 11). Kefas HaShaliach, o apóstolo Pedro confirmou: “...seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi,... sendo pois ele profeta, e sabendo que D-us lhe havia prometido com juramento, que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Mashiach, para o assentar sobre o seu trono.” (Atos 2: 29-30).

Já temos visto, com fartas provas, que Yeshua (Jesus) é o Rei, que vai se assentar no Trono de Davi. O anjo confirmou à Maria: “...este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor D-us lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim.” (Luc. 1: 31-33).

Assim que, baseados nas profecias, os apóstolos estavam seguros do estabelecimento do Reino na Terra e desconheciam totalmente esta teoria enganosa de que os fiéis iriam para o Céu. Os textos de Luc. 19:11-12; João 6:14-15 e Atos 1:6-8 provam que eles esperavam uma implantação imediata do reino do Mashiach na Terra. Todavia era mister que, por meio da pregação das Boas Notícias do Reino até os confins da Terra, as bases do Reino se expandissem por todo o planeta, e assim o Reino teria caráter mundial, e não somente local ou regional. As profecias falam que o reino seria de uma à outra extremidade da Terra. (Dan. 2:35-44; Salmos 72:8; Mat. 24:14)

Yeshua (Jesus) ascendeu aos Céus para tomar posse deste Reino e voltará para se assentar no Seu próprio trono, o trono de Sua glória. (Dan. 7: 13-14; Luc. 19: 11-12): “E quando o Filho do homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono de Sua glória” (Mat. 25: 31). Yeshua (Jesus) hoje está assentado no trono do Pai (Apoc. 3:21). Cumprindo-se o mistério de D-us, anunciado aos santos profetas (Apoc. 10:7), os reinos terrenos Lhe serão entregues, na batalha final: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta e houve vozes no céu que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e de Seu Mashiach, e Ele reinará para todo sempre... e iraram-se as nações...” (Apoc. 11: 15-18) É tempo de juízo, de punir os que destruíram a Terra; tempo de arrancar o joio, ou seja, de desarraigar os ímpios da Terra e de recompensar os servos de D-us: “Mandará o Filho do homem e os Seus anjos, e eles colherão do Seu reino, tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade.” (Mat. 13: 41).

Desta destruição final, restarão poucos homens das nações, além dos remanescentes convertidos de Israel: “Por isso a maldição consome a terra; e os que habitam nela serão desolados; por isso serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão. E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vierem contra Jerusalém... Então saberão as nações, que ficarem de resto, em redor de vós...” (Isaías 24: 5; Zac. 14: 16; Ezeq. 36: 36).

Com Satanás e suas hostes desativados e presos, desaparece todo o engano religioso, cessam todos os conflitos e, finalmente, reina a paz e a justiça na Terra. “E julgará entre muitos povos... e converterão suas espadas em enxadas, e suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra a outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Miq. 4: 1-2; Isaías 2: 2-4) Os remanescentes de Israel, exercerão trabalho missionário entre as nações que se formarem no Milênio, enquanto que os salvos, ou seja, a Congregação de D-us e todos os santos estarão como reis e sacerdotes, governando, com Mashiach as nações. (Zac. 8: 20-23; Apoc. 2: 26-27; 5: 9-10).

No final dos mil anos de paz Satanás será solto por um pouco de tempo; sairá a enganar os povos mas fogo do céu os consumirá. O arquiinimigo será igualmente lançado no Lago de Fogo. Então, se dará a segunda ressurreição e os mortos serão julgados diante do grande trono branco. Condenados no juízo final serão lançados no Lago de Fogo. Finalmente a própria morte, o último inimigo, será também lançada no Lago de Fogo e assim chegamos ao fim de tudo aquilo que profanava a Terra. Sim, todos os inimigos estão vencidos; é o momento da entrega do reino ao Pai. Estamos no Novo Céu e na Nova Terra. A santa cidade, a Nova Jerusalém desce então dos Céus; a morada de D-us com os homens. É vindo o olam haba (era/mundo vindouro (o Reino Eternal)! (Apoc. 20: 7-15; 21: 1-5)

Sim amigo, esta é a pura verdade sobre o Reino de D-us. Não existe um tempo de morada nos céus! O Milênio é o próximo reino mundial. A Bíblia diz que o Céu é o trono de D-us e que a Terra sim, é que nos foi dada. Os ímpios não permanecerão na Terra, mas os justos dela não serão removidos. (Salmo 37; Prov. 2: 21-22; Atos 7: 49; Salmo 115: 16).

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PROPOSTA PARA UMA IGREJA IDEAL


Padre Mario da Lixa Nem segunda vinda, nem Juízo Final







Deus - Uma biografia





Pesquisadores revelam que Javé, o grande personagem da Bíblia, não foi visto sempre como Deus único. Antes do Livro Sagrado, ele era só mais um entre muitas divindades. Saiba como Deus conquistou seu espaço no céu. E na Terra

por José Lopes e Alexandre Versignassi




Cada sociedade vê a figura do Criador à sua maneira. Cada indivíduo, até. Para Einstein, Ele era as leis que governam o tempo e o espaço - a natureza em sua acepção mais profunda. Para os ateus, Deus é uma ilusão. Para o papa Bento 16, é o amor, a caridade. "Quem ama habita Deus; ao mesmo tempo,Deus habita quem ama", escreveu em sua primeira encíclica. 



Pontos de vista à parte, toda cultura humana já teve seu Deus. Seus deuses, na maioria dos casos: seres divinos que interagiam entre si em mitologias de enredo farto, recheadas de brigas, lágrimas, reconciliações. Os deuses eram humanos. 




Mas isso mudou. A imagem divina que se consolidou é bem diferente. Deus ganhou letra maiúscula na cultura ocidental. Os panteões divinos acabaram. Deus tornou-se único. É o Deus da Bíblia, Javé, o criador da luz e da humanidade. O pai de Jesus. Essa concepção, que hoje parece eterna, de tanto que a conhecemos, não nasceu pronta. Ela é fruto de fatos históricos que aconteceram antes de a Bíbliater sido escrita. O próprio Javé já foi uma divindade entre muitas. Fez parte de um panteão do qual não era nem o chefe. O fato de ele ter se tornado o Deus supremo, então, é marcante: se fosse entre os deuses gregos, seria como se uma divindade de baixo escalão, como o Cupido, tivesse ascendido a uma posição maior que a de Zeus É essa história que vamos contar aqui. A história de Javé, a figura que começou como um pequeno deus do deserto e depois moldaria a forma como cada um de nós entende a ideia de Deus, não importando quem ou o que Deus seja para você.




Criança



No princípio, Ele não sabia falar. Só chorava, grunhia e balbuciava. Deus era uma criança. Uma não, muitas: um deus era a chuva, outro deus, o Sol, mais outro, o trovão... Os deuses eram as forças por trás de uma natureza inexplicável para os primeiros humanos da Terra. Facetas de divindades borbulhavam em cachoeiras, galopavam com os cavalos selvagens, voavam com o vento, escondiam-se em cada rochedo, bosque ou duna do deserto. E do deserto veio a que daria origem ao Deus para valer. 




Deuses nasceram do pôquer. A crença em divindades provavelmente vem da capacidade humana de detectar as intenções das outras pessoas. Somos muito bons nisso desde que surgimos, há 200 mil anos, e precisamos ser mesmo, porque o Homo sapiens sempre levou a vida social mais complicada do reino animal, sempre em comunidades cheias de intrigas, fingimentos, traições. Saber o que se passa na cabeça do outro era questão de sobrevivência - e até certo ponto ainda é. 




E a melhor maneira de tentar se antecipar a um adversário nos jogos mentais do dia a dia é imaginar as intenções dele: "O que será que ele pensa que eu estou pensando?" Nosso cérebro é uma máquina de pôquer.




Pesquisadores como o antropólogo francês Pascal Boyer defendem que esse sistema de detecção de intenções pode acabar aplicado a coisas que não têm intenções de nenhum tipo - como a chuva, ou o Sol. A ideia de que há espíritos de toda sorte da natureza seria, assim, um efeito colateral do nosso sistema de detecção de mentes, tão hiperativo. 




Por esse ponto de vista, a espiritualidade faz parte dos nossos instintos. É quase tão natural acreditar em divindades quanto comer ou dormir. 




Cada fenômeno da natureza, então, representava as intenções de alguma divindade. É como ainda acontece nas tribos de caçadores-coletores de hoje. Entre os índios tupis, os trovões são a raiva dodeus Tupã. E fim de papo. 




Obras de arte de mais de 30 mil anos atrás dão outra pista sobre essa espiri-tualidade primitiva - que podemos chamar de "infância de Deus" (no caso, dos deuses). Elas mostram seres que misturam características humanas e animais - sujeitos com cabeça de leão ou de rena e corpo de gente, por exemplo. 




Acredita-se que essas criaturas híbridas representem um tipo de crença que ainda é comum nas tribos indígenas: a de que não haveria separação rígida entre o mundo dos humanos, o dos animais e o dos espíritos. Seria possível transitar entre essas esferas se você possuísse o conhecimento correto, e, em tese, qualquer falecido, seja pessoa, seja bicho, pode ter um papel parecido com o que associamos normalmente a um deus




Os deuses abandonam de vez as feições animais quando os bichos se tornam menos importantes no nosso cotidiano. Foi precisamente o que aconteceu quando a agricultura foi criada, há 10 mil anos, no Oriente Médio. Graças a ela, montamos as primeiras cidades. E a nossa espiritualidade progrediria junto: acabaria bem mais centrada nas pessoas que na natureza selvagem.




Há sinais de que ancestrais mortos eram as grandes entidades com status divino nessas primeiras cidades. Um exemplo arqueológico vem de escavações em Jericó, uma das mais antigas aglomerações humanas, que hoje fica no território palestino da Cisjordânia. Os habitantes de Jericó enterravam o corpo de seus mortos, mas guardavam o crânio, que era recoberto com camadas de gesso e tinta, simulando o rosto humano. Assim preparada, a caveira talvez servisse de oráculo doméstico - uma espécie de deus particular para cada família. 




Os artesãos de crânios de Jericó não tinham escrita - aliás, passariam mais de 5 mil anos até que essa tecnologia fosse inventada. Quando isso finalmente aconteceu, em torno do ano 2000 a.C., os deusficaram bem mais sofisticados.




Entraram em cena criaturas ao estilo dos habitantes do Olimpo na mitologia grega. Em parte, alguns deles até eram mesmo personificações das forças da natureza, mas agora eles ganhavam personalidades e biografias complexas. 




É aí que está a origem do grande personagem desta história: Javé, uma divindade que provavelmente começou como um deus menor, cultuado por nômades. Bem antes de a Bíblia ser escrita.


Cabeça de leão

Estátuas e pinturas de povos caçadores, que viviam nas cavernas da Europa há 30 mil anos, mostram figuras que misturam formas de homens e de animais. Tudo indica que esses foram os primeiros deuses a habitar a mente humana.



Jovem



O rapaz era uma divindade dos desertos do sul. Junto com seus poucos súditos, chegaria à pulsante Canãa, domínio do deus El, o altíssimo. Ao lado do soberano, a mãe de divindades e homens, Asherah, senhora de tudo o que é fértil, e seu sucessor, Baal, o deus que dava chuvas àquelas paisagens àridas. Tudo na santa paz. Eles só não imaginavam que Javé tramava a destruição deles.




Ele começou de baixo. Era só mais um deus entre vários outros de sua região. Só que na Bíblia Javé é identificado como o Deus único. Hoje, cogitar a existência de outras divindades que teriam convivido com o Senhor da Bíblia é um absurdo do ponto de vista religioso. Mas não do ponto de vista científico. Pesquisadores de várias áreas - arqueólogos, linguistas, teólogos - estão encontrando pistas sobre uma provável "vida pregressa" de Javé. Uma vida mitológica que ele teve antes de seu nome ir parar naBíblia como o da entidade que criou tudo. 




Onde pesquisar isso? A própria Bíblia é uma fonte. O Livro Sagrado não foi feito de uma vez. Trata-se de uma coleção de textos escritos ao longo de séculos. O Pentateuco, os 5 primeiros livros da Bíblia, foi finalizado por volta de 550 a.C. Mas há textos ali de 1000 a.C., ou de antes. E nada disso foi editado em ordem cronológica - em grande parte, a Bíblia é uma junção de textos independentes, cada um escrito em tempos e realidades diferentes. 




Como saber a que tempo e a que realidade cada um pertence? Pela linguagem. Pesquisadores analisam as expressões do texto original, em hebraico, e vão comparando com a de documentos encontrados em escavações arqueológicas, cuja datação é fácil de determinar. Com esse método, chegaram a uma descoberta reveladora. Alguns poemas da Bíblia dão a entender que Javé era uma divindade de lugares chamados Teiman ou Paran - dizendo literalmente que o deus veio dessas regiões. E esses textos estão justamente entre os mais antigos - se a língua do livro fosse o português moderno, eles estariam mais para Camões. 




Teiman e Paran eram lugares desérticos fora das fronteiras onde viviam os homens que escreveram aBíblia. Não se sabe exatamente que regiões eram essas, já que os nomes dos territórios vão mudando ao longo dos séculos. "Mas arqueólogos supõem que essa região seja no noroeste da atual Arábia Saudita", diz Mark Smith, professor de estudos bíblicos da Universidade de Nova York. E isso diz muito.




Os autores dos primeiros textos da Bíblia viviam na antiga Canaã - uma região do Oriente Médio onde hoje estão Israel, os territórios palestinos e partes da Síria e do Líbano. Ali se formaram algumas das primeiras civilizações da história, há 10 mil anos. E por volta de 1000 a.C. já era um território disputado (como nunca deixou de ser, por sinal). Estava dividido numa miríade de tribos, as dos israelitas, a dos hititas, a dos jebedeus... 




Apesar das rivalidades, todas tinham culturas parecidas. Reverenciavam o mesmo panteão de deuses, por exemplo. Mas Javé, pelo jeito, não era um deles. Teria sido importado das áreas mais desérticas do sul. 




Outra evidência disso é a associação de seu nome com os chamados shasu. Shasu é um termo egípcio que significa "nômade" ou "beduíno". Algumas inscrições egípcias mencionam um "Javé dos Shasu". 




Uma possibilidade, então, é que nômades do deserto teriam se incorporado às tribos israelitas, trazendo o novo deus com eles. Essa divindade se embrenharia no meio da grande mitologia desse povo: o panteão de deuses cananeus. Mas quem eram essas divindades? As melhores pistas a esse respeito vêm de Ugarit, uma antiga cidade encontrada durante escavações arqueológicas na atual Síria. Ela foi destruída por invasores em 1200 a.C., quando os israelitas ainda eram um povo em formação. As inscrições encontradas ali, então, servem como uma cápsula do tempo. Revelam o contexto cultural em que nasceu a mitologia israelita, mostra como era a mitologia dos antepassados dos escritores da Bíblia. E os deuses em que eles acreditavam seriam fundamentais para a biografia de Javé. O panteão de Ugarit é bem grandinho, mas algumas figuras se destacam. Há o pai dos deuses e dos homens, o idoso, bondoso e barbudo El; sua esposa, Asherah, deusa da vegetação e da fertilidade; a filha dos dois, Anat, feroz deusa do amor; e o filho adotivo do casal, Baal, deus da guerra e da tempestade que morre, ressuscita e derrota as divindades malignas Yamm (o Mar) e Mot (a Morte).




Muitos estudiosos especulam que as tribos is-raelitas originalmente tinham El como seu deus supremo. Afinal, o nome do povo bíblico também termina com o elemento -el. "Esse tipo de nome próprio, conhecido como teofórico (‘portador de um deus’, em grego), costuma dar pistas sobre o ente divino que o dono do nome venera", diz Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento da Arquidiocese de Ribeirão Preto.




Mas os indícios a respeito de El vão além da nomenclatura. O deus cananeu também tem uma relação especial com os chefes de clãs, prometendo-lhes uma vasta descendência - exatamente o que Deusfaria depois na Bíblia ao selar uma aliança com os ancestrais dos israelitas, Abraão, Isaac e Jacó. "El é odeus desses patriarcas", diz Christine Hayes, professora de estudos judaicos de Yale.


Deus do deserto

Javé pode ter sido uma divindade trazida do deserto por nômades que se embrenharam nas tribos is-raelitas, quando elas ainda estavam em formação na região de Canaã. Aí ele se junta aos deuses cananeus, como Baal e El, o altíssimo.



Adulto



"Israel é a minha herança", brada o impetuoso deus do deserto. Diante dele, a assembleia dos deuses de Canaã se sente cada vez mais intimidada. E, numa escalada de poder sem precedentes, o guerreiro chega a ser considerado idêntico ao próprio El como criador e governador do mundo. A própria esposa do antigo senhor dos deuses passa às mãos do novato. 




Uma ameaça pairava sobre os deuses de Canaã. Era a ambição de Javé. O novo deus começou a buscar seu lugar entre as antigas divindades cananeias. E teve sucesso. Com sua personalidade forte, foi ganhando espaço dentro da mitologia israelita, tomando o terreno dos deuses criados pelos povos cananeus. 




A maior prova disso está em outro texto poético dos mais antigos da Bíblia, o Salmo 82. Ele nos apresenta o chamado "conselho divino": uma espécie de Câmara dos Deputados dos deuses, na qual eles se reúnem para discutir assuntos importantes - um indício de que o Salmo foi escrito antes do próprio início da Bíblia, que já começa apresentando Javé como Deus único. A ideia, ali, é que El preside o conselho e seus filhos ou subordinados discursam. Lá, Javé aparentemente perde a paciência: "Deus se levanta no conselho divino,/em meio aos deuses ele julga:/"Até quando vocês julgarão injustamente,/sustentando a causa dos injustos? (...) "Eu declaro: embora vocês sejam deuses,/e todos filhos do Altíssimo,/morrerão como qualquer homem". Trocando em miúdos menos rebuscados: "Quem manda aqui sou eu". 




É difícil dizer a que período da história israelita corresponde esse momento em que, na imaginação religiosa das pessoas, Javé começou a impor sua vontade perante os deuses cananeus. Talvez o fenômeno tenha a ver com a consolidação de Israel como povo distinto dos demais cananeus: a adoração a uma divindade unicamente israelita pode ter emergido como um elemento-chave nessa consciência "nacionalista" dos ancestrais dos judeus. 




Para completar essa nova fase na vida do Senhor, que poderíamos chamar de começo da vida adulta, falta ainda um elemento crucial. Lembre-se do impe-tuoso deus guerreiro Baal. O que parece ocorrer, segundo Mark Smith e outros especialistas, é que Javé se "baaliza", virando uma mistura de El e Baal, com ligeira predominância do segundo. 




As evidências: Javé e Baal estão associados a tempestades, vulcões, fogo e terremoto; ambos são guerreiros invencíveis que habitam o alto de montanhas (Baal vive no lendário monte Zafon, Javé, no Sinai). E a semelhança fica ainda mais detalhada. 




Na tradição mitológica de Canaã, quem tinha triunfado contra Yamm, o deus caótico do mar, era Baal, mas os textos da Bíblia atribuem essa vitória - adivinhe só - a Javé. Mais sugestivo ainda: alguns Salmos parecem ter sido originalmente hinos a Baal que acabaram adaptados para o culto ao Senhor dos israelitas. Só que Javé vai muito além das intervenções típicas de Baal no mundo. Na mitologia israelita, sua grande vitória não é contra o mar, mas, sim, usando o mar como arma contra o faraó que tinha escravizado o povo hebreu no Egito. Escolhendo o profeta Moisés como seu emissário, conforme conta o livro bíblico do Êxodo, o novo deus guerreiro puniu os egípcios com uma sucessão de pragas e, como grand finale, destruiu "carros de guerra e cavaleiros" do faraó afundando-os no mar. 




A diferença em relação a Baal é que o Senhor seria capaz de agir não só num passado mítico mas na própria história dos israelitas. Ele é literalmente "o Senhor dos Exércitos de Israel", aquele que promete a vitória em batalha em troca da fidelidade religiosa do povo. Daí em diante, Deus nunca deixa de ser, em grande medida, um guerreiro. 




Além de herdar o trono de El na mitologia israelita, Javé também pode ter levado Asherah, a mulher do velho deus. Eis aí uma possibilidade para a qual a Bíblia não prepara seus leitores. Os profetas bíblicos vivem chiando contra o fato de que os israelitas estariam se "prostituindo" (metaforicamente, e talvez literalmente também, via orgias rituais) nos altares de Asherah. Mas inscrições achadas ao longo do século 20, como as de Kuntillet Ajrud, um pit stop de caravanas no deserto do Sinai, poderiam indicar que o deus e a deusa não eram inimigos, e sim um casal.




As inscrições, datadas em torno do ano 800 a.C., dizem coisas como "a bênção para ti por Javé de Teiman e sua Asherah". Seja como for, mesmo se o casamento ainda existisse, Javé logo optaria por um divórcio - daqueles litigiosos, barra-pesada, nos quais o pai joga os filhos contra a mãe. 




Casal maior

Inscrições do do século 9 a.C. dão a entender que Javé tinha se casado com Asherah, a maior divindade feminina de Canaã. Era uma interpretação israelita da mitologia da região: o deus daquele povo tomava para si a esposa de El. 



Homem feito



A última resistência da antiga assembleia divina parte de Baal. Sem pestanejar, Javé o elimina. Asherah tem o mesmo destino trágico. Daqui por diante ele estará sozinho nos céus. E alcança a serenidade. Hora de fazer as pazes com a humanidade. E um sacrifício.




Seu grande momento estava chegando. Era a hora da virada para Javé. Ele deixaria de ser mais um deus. E viraria o Único. No mundo real, esse momento teve data: foi a reforma religiosa introduzida por Josias (649 - 609 a.C.), rei de Judá. Antes, porém, um interlúdio político. 




Àquela altura, a nação das tribos israelitas de Canaã tinha sido dividida em dois reinos. Um ao norte, o de Israel, e um ao sul, o de Judá. E o de cima havia sido derrotado e conquistado pelo Império Assírio.




Josias não queria o mesmo destino. E parte de seus esforços para fortalecer a unidade interna de Judá e resistir aos invasores foi uma maior centralização da vida religiosa do reino. Para isso, ele começou a transformar Javé no único deus adorado por seus súditos. Por decreto: destruindo altares a outras divindades, como El, Baal... E Asherah. Esse foi o divórcio. 




Também é possível que date do reinado de Josias o ataque final dos fiéis de Javé ao culto a Baal, muito criticado pelos profetas dessa época. Para a maior parte dos israelitas, não era problema adorar a Javé e a Baal ao mesmo tempo. É que outra especialidade do antigo deus cananeu era a agricultura - ele mandava chuva para regar as colheitas. Até então, embora Javé tivesse tomado conta das funções guerreiras de Baal, nada indicava que ele também pudesse bancar o regador de plantas. Mas os profetas israelitas passam, então, a afirmar que o mandachuva era ele. 




Essa expulsão definitiva de Baal do panteão explica o episódio do bezerro de ouro durante a passagem dos israelitas pelo deserto. Para quem não se lembra: o povo de Deus, cansado de esperar que Moisés volte do monte Sinai, constrói uma estátua de ouro de um bezerro (emblema de Baal). Tanto Moisés quanto Javé ficam enfurecidos, e milhares de israelitas morrem como punição pela infidelidade do povo.




As ideias de Josias marcariam para sempre a visão que temos de Deus. E mais ainda depois que esse rei acabou morto. Na geração dos filhos do monarca reformista, o reino de Judá seria riscado do mapa e Jerusalém, a capital, acabaria conquistada pela Babilônia. Mas a adversidade do povo teve o efeito oposto em sua fé. No mundo mitológico, Javé se fortalecia como nunca. Com a nação agora indefesa militarmente, era a hora de reafirmar que o deus da nação, ao menos, era todo-poderoso. Nisso os profetas israelistas diziam que só Javé tinha existência, vida e poder; os outros deuses eram meras imagens de pedra, metal ou madeira. Era nada menos que a inauguração do monoteísmo: um momento tão importante na história da espiritualidade quanto a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano seria bem mais tarde. E era esse Javé único que iria para a Bíblia. E se tornaria a imagem de Deus no mundo ocidental.




Um Deus, agora, não só dos israelitas. Mas da humanidade inteira. O Deus que criou o mundo, que fez o homem à sua imagem e semelhança. E que, de certa forma, era a imagem e semelhança do Javé pré-Bíblia: o Deus guerreiro, militar, que pune com rigidez os erros de seus adoradores. O Velho Testamento está recheado de castigos divinos: dos mais leves, como transformar o fiel Jó, um milionário, em um mendigo, como um teste para sua fé, até o dilúvio universal - praticamente um restart no mundo depois de ter concluído que a humanidade não tinha mais jeito. A justificativa para tal comportamento está na própria história de Israel. A ideia era acreditar que os maus bocados pelos quais a nação passou nas mãos de assírios e babilônios eram provações divinas, que, se o povo mantivesse sua fé, tudo acabaria bem.




Mas Deus surge na Bíblia como algo mais complexo que um mero feitor. Usando os paralelos deste texto, seria como se Ele tivesse amadurecido depois que Josias e os profetas o aclamam Deus único. Javé fica menos humano, menos falível. Passa a ser uma entidade transcendental de fato. Começa a afirmar aos seres humanos que "os meus caminhos não são os seus caminhos" - a ideia hoje familiar de que Deus escreve certo por linhas tortas.




Mas o caráter divino só se completaria mesmo no século 1. O primeiro século depois de seu filho, quando o Novo Testamento foi escrito. É a metamorfose mais radical do guerreiro Javé. Encarnado na figura de Jesus, Deus apresenta uma nova solução para a humanidade. Em vez de castigar ou destruir os homens mais uma vez, decide purgar os pecados dos mortais com outro sacrifício: o Dele próprio. Morre o corpo do Deus encarnado, não o espírito divino. Este, agora mais sereno, continuou zelando por nós. E assim será. Até o fim dos tempos. E acaba assim a nossa história, certo?




Claro que não. A saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopeia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência. Nesse aspecto, continuamos tão perdidos quanto os antigos que não sabiam por que o trovão trovejava ou o que as estrelas faziam pregadas no céu. Ainda não sabemos por que estamos aqui. E a única certeza é que vamos continuar buscando respostas. Seja o que Deus quiser.

Único
Javé chega ao auge conhecendo cada detalhe do passado e do futuro. Sua figura lembra El. Mas agora Ele está só.

Para saber mais 
The Early History of God
Mark Smith, Wm. B. Eerdmans Publishing.

Deus, uma Biografia
Jack Miles, Companhia das Letras.





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