Biblia - DEBATE
OS ESTUDOS BÍBLICOS HOJE:
Pluralidade dos métodos,
das abordagens e dos resultados
Quero-lhes falar de Jesus. E quero que vocês judeus e cristãos pensem. The spirit of the Lord GOD is upon me, because the LORD has anointed me; he has sent me to bring good news to the oppressed, to bind up the brokenhearted, to proclaim liberty to the captives, and release to the prisoners; to proclaim the year of the LORD's favor (Isaiah 61:1-2, NRSV).
When Jesus announces, "Today this scripture is fulfilled in your hearing," he is taking sides. Everybody in the synagogue approves, for Jesus is taking sides with them, with ordinary people seeking to scratch a living out of tough land. Jesus takes sides with small landowners, who find themselves beset by wealthy speculators and creditors who seek every opportunity to foreclose. Jesus takes sides with ordinary faithful Jews, who find Roman taxation, and local taxation, too much to bear, who fear the loss of their households and land, who might easily imagine themselves as prisoners or slaves.
Jesus, following Isaiah, is drawing upon a great biblical tradition, the Jubilee. Jewish law stipulated that every seven years all debts would be canceled. All Israelite slaves would be set free. And every 50th year -- "the year of the Lord's favor" -- all land would return to its original owners and clans, those enslaved because of their poverty would be set free. On this 50th year, Leviticus says, "You shall proclaim liberty" (25:10). Every 50 years, a fresh start. Imagine: "the year of the Lord's favor."
It's so easy to resonate with Jesus' message that we often overlook a key detail. Jesus reads a verse and a half, but then he stops. He cuts off part of Isaiah's proclamation. He skips the part about God's vengeance upon Israel's enemies (61:2). He does not bother to read the section that calls for exploiting "strangers and foreigners," who will tend to the flocks and cultivate the fields while Israel lives in luxury (61:5). Jesus reads some parts of the passage, but not the whole passage.
Not only does Jesus cut off Isaiah's words, he blends in others. Where Isaiah proclaims God's promises toward Israel and at the expense of Israel's neighbors, Jesus turns to 1 and 2 Kings, where God's blessing extends even to Gentiles. He recalls the widow in Sidon, whose son Elijah blessed, despite her living beyond Israel's borders. That story's not in Isaiah; it comes from 1 Kings (17:8-24). Jesus appeals to the story of Naaman, who received God's blessing even though he was a Syrian (2 Kings 5:1-19). Within the words of Scripture, Jesus discerned God's words for his day -- and instead of exalting Israel over his neighbors, he went on to promise God's blessing beyond Israel's borders. Jesus adapted Isaiah's words to his own vision of Jubilee, to his understanding of good news.
Without discernment, we can easily turn the Bible to evil ends. People do all the time. Pensem nisto. Isto é que é fundamental. E com conteúdo sadio, pedagógico.
When Jesus announces, "Today this scripture is fulfilled in your hearing," he is taking sides. Everybody in the synagogue approves, for Jesus is taking sides with them, with ordinary people seeking to scratch a living out of tough land. Jesus takes sides with small landowners, who find themselves beset by wealthy speculators and creditors who seek every opportunity to foreclose. Jesus takes sides with ordinary faithful Jews, who find Roman taxation, and local taxation, too much to bear, who fear the loss of their households and land, who might easily imagine themselves as prisoners or slaves.
Jesus, following Isaiah, is drawing upon a great biblical tradition, the Jubilee. Jewish law stipulated that every seven years all debts would be canceled. All Israelite slaves would be set free. And every 50th year -- "the year of the Lord's favor" -- all land would return to its original owners and clans, those enslaved because of their poverty would be set free. On this 50th year, Leviticus says, "You shall proclaim liberty" (25:10). Every 50 years, a fresh start. Imagine: "the year of the Lord's favor."
It's so easy to resonate with Jesus' message that we often overlook a key detail. Jesus reads a verse and a half, but then he stops. He cuts off part of Isaiah's proclamation. He skips the part about God's vengeance upon Israel's enemies (61:2). He does not bother to read the section that calls for exploiting "strangers and foreigners," who will tend to the flocks and cultivate the fields while Israel lives in luxury (61:5). Jesus reads some parts of the passage, but not the whole passage.
Not only does Jesus cut off Isaiah's words, he blends in others. Where Isaiah proclaims God's promises toward Israel and at the expense of Israel's neighbors, Jesus turns to 1 and 2 Kings, where God's blessing extends even to Gentiles. He recalls the widow in Sidon, whose son Elijah blessed, despite her living beyond Israel's borders. That story's not in Isaiah; it comes from 1 Kings (17:8-24). Jesus appeals to the story of Naaman, who received God's blessing even though he was a Syrian (2 Kings 5:1-19). Within the words of Scripture, Jesus discerned God's words for his day -- and instead of exalting Israel over his neighbors, he went on to promise God's blessing beyond Israel's borders. Jesus adapted Isaiah's words to his own vision of Jubilee, to his understanding of good news.
Without discernment, we can easily turn the Bible to evil ends. People do all the time. Pensem nisto. Isto é que é fundamental. E com conteúdo sadio, pedagógico.
FRANCOLINO J. GONÇALVES
École Biblique et Archéologique Française . Jerusalém
I. ESBOÇO DA HISTÓRIA DOS ESTUDOS BÍBLICOS ATÉ CERCA DE 1970
A. O estudo tradicional da Bíblia
No mundo ocidental, os escritos bíblicos foram e continuam a ser os livros mais lidos e estudados. Durante muitos séculos o seu estudo foi feito numa perspectiva exclusivamente religiosa e confessional. Tendo unicamente a preocupação de perceber imediatamente a palavra de Deus, a exegese tradicional prestava pouca ou nehuma atenção às múltiplas e variadíssimas palavras humanas nas quais a palavra divina se expressa ou incarna.
1. Relativo desinteresse do judaísmo pelo estudo das suas Sagradas Escrituras
De facto, o estudo da Bíblia, não só do Novo mas também do Antigo Testamento, foi sobretudo obra de cristãos. É verdade que a liturgia sinagogal gira à volta da Torá (Lei ou Pentateuco) e comporta também a leitura das outras duas partes do Tanak (1), isto é, dos Livros Proféticos e dos Escritos (sobretudo os livros poético-sapienc iais).
No entanto, a primazia de que o Tanak goza na liturgia judaica contrasta de maneira flagrante com a escassez da sua leitura fora da sinagoga. O estudo judaico tradicional tem por objecto, não o Tanak ou a Torá escrita, mas a chamada Torá oral. Segundo a tradição rabínica, Moisés recebeu de Deus no Sinai uma dupla Torá: uma escrita e outra oral, a segunda completando a primeira. A Torá oral acabou por ser escrita, dando origem à Mixná (2), ao Talmude, à Tosefta (3) e às numerosas colecções de midraxes (4). A Torá oral é, na prática, a verdadeira fonte das normas de conduta. Ora a aplicação da Mixná e do Talmude às circunstâncias mais variadas da vida exige o seu estudo constante e aturado. Enquanto a Torá é sobretudo lida e celebrada na liturgia, a Mixná e o Talmude são estudados e postos em prática. Os próprios termos que designam as duas “escrituras” expressam essa diferença entre elas. Ao passo que Miqrá, outro nome tradicional das Escrituras judaicas, significa literalmente leitura, convocação (5), Talmude significa literalmente ensino, aprendizagem, estudo. Na formação judaica tradicional, o estudo da Mixná, embora seja precedido pelo estudo do Tanak, começa muito cedo, entre os oito e os dez anos. Um pouco mais tarde, o jovem judeu entra finalmente no estudo do Talmude, estudo esse que poderá prosseguir durante a idade adulta. O estudo do Talmude é a tarefa das escolas rabínicas ou talmúdicas. Os seus mestres consagram a vida inteira ao estudo e ao ensino do Talmude. Há quem veja no estudo da Mixná, em particular, o equivalente ao sacrifício que se oferecia no Templo.
Magalhães Luís
No entanto, houve sempre no judaísmo grupos minoritários que só aceitavam a autoridade das Escrituras. No virar da era, quando ainda existia o templo, foi o caso dos saduceus e do grupo que nos deixou a biblioteca encontrada em Qumran. Segundo a opinião comum, esse grupo fazia parte dos essénios, de que falam Filão de Alexandria e Flávio Josefo. Na época rabínica os representantes desta tendência foram os caraítas, que têm várias semelhanças com as gentes de Qumran. Um dos indícios do parentesco espiritual entre os dois grupos é a presença do chamado Escrito de Damasco na biblioteca de Qumran e na Gueniza de uma sinagoga caraíta do Cairo (6). O nome caraítas (do hebraico q eraîm) significa literalmente “leitores”, subentendendo-s e, das Escrituras (em hebraico Miqrá) (7). O iniciador do caraísmo foi o rabino Anan ben David, que viveu em Bagdad no séc. VIII d. C. Espécie de protestantes do judaísmo, os caraítas afirmam o princípio da sola Scriptura, rejeitando a Torá oral, isto é, todo o sistema rabínico expresso na Mixná e no Talmude. O caraísmo depressa se propagou na Mesopotâmia e na Pérsia. No séc. IX chegou à Palestina e, passando por Constantinopla, de lá se difundiu na Europa central e oriental. Com algumas centenas de membros em todo o mundo, o caraísmo está actualmente em vias de extinção.
(1) Acrónimo de Torá-Nebî’îm-K etubîm (Lei-Profetas-E scritos), uma das designações mais frequentes das Sagradas Escrituras judaicas.
(2) “Repetição” ou “Segundo texto”. Corpo legislativo judaico, compilado cerca de 200 d. C. por Jehuda Ha-Nasi. Rege toda a vida judaica tanto no domínio individual como no domínio colectivo.
(3) “Acrescento”.
(4) Comentários aos livros bíblicos de cariz homilético e edificante.
(5) Miqrá é o correspondente etimológico e semântico do árabe Qur’an (Alcorão).
(6) Encontraram-se vários exemplares desse escrito em Qumran e dois na sinagoga caraíta do Cairo. Os dois manuscritos provenientes da sinagoga do Cairo datam do séc. X. Acharam-se casualmente em 1890.
(7) Outro nome por que são conhecidos os caraítas é bené miqrá (literalmente “filhos da leitura”, isto é, “filhos das Escrituras”).
OS ESTUDOS BÍBLICOS HOJE . INDEX
ISTA, Página principal - Cadernos do ISTA - TriploV
ISTA
CONVENTO E CENTRO CULTURAL DOMINICANO
R. JOÃO DE FREITAS BRANCO, 12
1500-359 LISBOA
CONTACTOS:
GERAL: ista@triplov.co m
No entanto, houve sempre no judaísmo grupos minoritários que só aceitavam a autoridade das Escrituras. No virar da era, quando ainda existia o templo, foi o caso dos saduceus e do grupo que nos deixou a biblioteca encontrada em Qumran. Segundo a opinião comum, esse grupo fazia parte dos essénios, de que falam Filão de Alexandria e Flávio Josefo. Na época rabínica os representantes desta tendência foram os caraítas, que têm várias semelhanças com as gentes de Qumran. Um dos indícios do parentesco espiritual entre os dois grupos é a presença do chamado Escrito de Damasco na biblioteca de Qumran e na Gueniza de uma sinagoga caraíta do Cairo (6). O nome caraítas (do hebraico q eraîm) significa literalmente “leitores”, subentendendo-s
(1) Acrónimo de Torá-Nebî’îm-K etubîm (Lei-Profetas-E
(2) “Repetição” ou “Segundo texto”. Corpo legislativo judaico, compilado cerca de 200 d. C. por Jehuda Ha-Nasi. Rege toda a vida judaica tanto no domínio individual como no domínio colectivo.
(3) “Acrescento”.
(4) Comentários aos livros bíblicos de cariz homilético e edificante.
(5) Miqrá é o correspondente etimológico e semântico do árabe Qur’an (Alcorão).
(6) Encontraram-se vários exemplares desse escrito em Qumran e dois na sinagoga caraíta do Cairo. Os dois manuscritos provenientes da sinagoga do Cairo datam do séc. X. Acharam-se casualmente em 1890.
(7) Outro nome por que são conhecidos os caraítas é bené miqrá (literalmente “filhos da leitura”, isto é, “filhos das Escrituras”).
OS ESTUDOS BÍBLICOS HOJE . INDEX
ISTA, Página principal - Cadernos do ISTA - TriploV
ISTA
CONVENTO E CENTRO CULTURAL DOMINICANO
R. JOÃO DE FREITAS BRANCO, 12
1500-359 LISBOA
CONTACTOS:
GERAL: ista@triplov.co
Eliezer Abensur
Einstein dizia que a mecânica quântica está errada, taí os celulares e a internet para provarem o contrário.
Einstein dizia que a mecânica quântica está errada, taí os celulares e a internet para provarem o contrário.
Sha'ul Ben Shalom
você estudou tudo, pelo visto. Discutir contigo é vão, afinal, nunca chegarei ao seu nível de conhecimento.
você estudou tudo, pelo visto. Discutir contigo é vão, afinal, nunca chegarei ao seu nível de conhecimento.
Eliezer Abensur
Einstein não era perfeito, foi um grande avanço para a época, mas hoje ele está superado.
Einstein não era perfeito, foi um grande avanço para a época, mas hoje ele está superado.
Eliezer Abensur
Chegará se estudar de verdade
Chegará se estudar de verdade
Eliezer Abensur
Qualquer um chega se quiser
Qualquer um chega se quiser
Sha'ul Ben Shalom
e quem disse que era perfeito. Não é o mesmo Einstein quem disse que D'us não existe?
e quem disse que era perfeito. Não é o mesmo Einstein quem disse que D'us não existe?
Magalhães Luís
Em algum lugar do Oriente Médio, por volta do século 10 a.C., uma pessoa decidiu escrever um livro. Pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (uma planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1 000 anos seguintes, outras pessoas continuariam reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte – sem a Bíblia, não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci – e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio.
Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã, o autor da Bíblia é o próprio Todo-Poderoso. E ponto final. Mas a verdade é um pouco mais complexa que isso.
A própria Igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”.
A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.
As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, que hoje corresponde a Líbano, Palestina, Israel e pedaços da Jordânia, do Egito e da Síria. Durante séculos acreditou-se que Canaã fora dominada pelos hebreus. Mas descobertas recentes da arqueologia revelam que, na maior parte do tempo, Canaã não foi um Estado, mas uma terra sem fronteiras habitada por diversos povos – os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. Por isso, sua cultura e seus escritos foram fortemente influenciadas por vizinhos como os cananeus, que viviam ali desde o ano 5000 a.C. E eles não foram os únicos a influenciar as histórias do livro sagrado.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
Em algum lugar do Oriente Médio, por volta do século 10 a.C., uma pessoa decidiu escrever um livro. Pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (uma planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1 000 anos seguintes, outras pessoas continuariam reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte – sem a Bíblia, não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci – e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio.
Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã,
A própria Igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”.
A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.
As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, que hoje corresponde a Líbano, Palestina, Israel e pedaços da Jordânia, do Egito e da Síria. Durante séculos acreditou-se que Canaã fora dominada pelos hebreus. Mas descobertas recentes da arqueologia revelam que, na maior parte do tempo, Canaã não foi um Estado, mas uma terra sem fronteiras habitada por diversos povos – os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. Por isso, sua cultura e seus escritos foram fortemente influenciadas por vizinhos como os cananeus, que viviam ali desde o ano 5000 a.C. E eles não foram os únicos a influenciar as histórias do livro sagrado.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
Sha'ul Ben Shalom
estou percebendo sua verdade.
estou percebendo sua verdade.
Eliezer Abensur
É bom, estude e verá que não existe nenhum Jesus = Yeshua.
É bom, estude e verá que não existe nenhum Jesus = Yeshua.
Sha'ul Ben Shalom
sua verdade é essa: dizer que os outros são mentira.
sua verdade é essa: dizer que os outros são mentira.
Magalhães Luís
Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre Deus e os homens. Só que, logo no começo da Beeblia, já existiu uma divergência sobre o papel do homem e do Senhor na história toda. Isso porque o personagem principal, Deus, é tratado por dois nomes diferentes.
Em alguns trechos ele é chamado pelo nome próprio, Yahweh – traduzido em português como Javé ou Jeová. É um tratamento informal, como se o autor fosse íntimo de Deus. Em outros pontos, o Todo-Poderoso é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (que pode ser traduzido simplesmente como “Deus”). Como se explica isso? Para os fundamentalista s, não tem conversa: Moisés escreveu tudo sozinho e usou os dois nomes simplesmente porque quis. Só que um trecho desse texto narra a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor. Os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores.
Acredita-se que os trechos que falam de Javé sejam os mais antigos, escritos numa época em que a religiosidade era menos formal. Eles contêm uma passagem reveladora: antes da criação do mundo, “Yahweh não derramara chuva sobre a terra, e nem havia homem para lavrar o solo”. Essa frase, “não havia homem para lavrar o solo”, indica que, na primeira versão da Bíblia, o homem não era apenas mais uma criação de Deus – ele desempenha um papel ativo e fundamental na história toda. “Nesse relato, o homem é co-criador do mundo”, diz o teólogo Humberto Gonçalves, do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, no Rio Grande do Sul.
Pelo nome que usa para se referir a Deus (Javé), o autor desses trechos foi apelidado de Javista. Já o outro autor, que teria vivido por volta de 850 a.C., é apelidado de Eloísta. Mais sisudo e religioso, ele compôs uma narrativa bastante diferente. Ao contrário do Deus-Javé, que fez o mundo num único dia, o Deus-Elohim levou 6 (e descansou no 7º). Nessa história, a criação é um ato exclusivo de Deus, e o homem surge apenas no 6º dia, junto aos animais.
Tempos mais tarde, os dois relatos foram misturados por editores anônimos – e a narrativa do Eloísta, mais comportada, foi parar no início das Escrituras. Começando por aquela frase incrivelmente simples e poderosa, notória até entre quem nunca leu a Bíblia: “E, no início, Deus criou o céu e a terra...”
Em 589 a.C., Jerusalém foi arrasada pelos babilônios, e grande parte da população foi aprisionada e levada para o atual Iraque. Décadas depois, os hebreus foram libertados por Ciro, senhor do Império Persa – um conquistador “esclarecido”, que tinha tolerância religiosa. Aos poucos, os hebreus retornaram a Canaã – mas com sua fé transformada. Agora os sacerdotes judaicos rejeitavam o politeísmo e diziam que Javé era o único e absoluto deus do Universo. “O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”, afirma Zalewsky, da UFRGS.
A versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras liderou um grupo de sacerdotes que mudaram radicalmente o judaísmo – a começar por suas escrituras. Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia: os 10 Mandamentos. Além de afirmar o monoteísmo sem sombra de dúvidas (“amarás a Deus acima de todas as coisas” é o primeiro mandamento), a reforma conduzida por Esdras impunha leis religiosas bem rígidas, como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos: “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.
Outras passagens, no entanto, descrevem um Senhor belicoso, vingativo e sanguinário, que ordena o extermínio de cidades inteiras – mulheres e crianças incluídas. “Se a religião prega a compaixão, por que os textos sagrados têm tanto ódio?”, pergunta a historiadora americana Karen Armstrong, autora de um novo e provocativo estudo sobre a Bíblia. Para os especialistas, a violência do Antigo Testamento é fruto dos séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Os autores do livro sagrado foram influenciados por essa atmosfera de ódio, e daí surgiram as histórias em que Deus se mostra bastante violento e até cruel. Os redatores da Bíblia estavam extravasando sua angústia.
Por volta do ano 200 a.C., o cânone (conjunto de livros sagrados) hebraico já estava finalizado e começou a se alastrar pelo Oriente Médio. A primeira tradução completa do Antigo Testamento é dessa época. Ela foi feita a mando do rei Ptolomeu 2o em Alexandria, no Egito, grande centro cultural da época. Segundo uma lenda, essa tradução (de hebraico para grego) foi realizada por 72 sábios judeus. Por isso, o texto é conhecido como Septuaginta.
Já os cristãos afirmam que autores como Josephus, Tácito, Plínio (o Jovem) e Luciano de Samosata escreveram sobre Jesus. Não é bem assim, porque estes autores escreveram pouco sobre Jesus – do qual, aliás, não foram contemporâneos –, e ainda assim, quando o fizeram, referiram-se a alguém chamado “Cristo”.
Não há nenhuma evidência de que esse “Cristo” seja o dos cristãos. Muitas pessoas, em diferentes períodos históricos, apresentaram-se como Cristo.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2011/06/nao-ha-nenhuma-relato-da-epoca-de-jesus.html#ixzz2O5cIYr75
Eliezer Abensur
Minha verdade é fruto da pesquisa
Minha verdade é fruto da pesquisa
Eliezer Abensur
Não somente digo que Jesus = Yeshua não existiu, ensino os não judeus a cumprirem os 7 mandamentos.
Não somente digo que Jesus = Yeshua não existiu, ensino os não judeus a cumprirem os 7 mandamentos.
Sha'ul Ben Shalom
fruto de pesquisa?? Vejamos o que diz a tanach: "E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne". Kohelet 12:12.
fruto de pesquisa?? Vejamos o que diz a tanach: "E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne". Kohelet 12:12.
Eliezer Abensur
יב. וְיֹתֵר מֵהֵמָּה בְּנִי הִזָּהֵר עֲשׂוֹת סְפָרִים הַרְבֵּה אֵין קֵץ וְלַהַג הַרְבֵּה יְגִעַת בָּשָׂר:
יב. וְיֹתֵר מֵהֵמָּה בְּנִי הִזָּהֵר עֲשׂוֹת סְפָרִים הַרְבֵּה אֵין קֵץ וְלַהַג הַרְבֵּה יְגִעַת בָּשָׂר:
Sha'ul Ben Shalom
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a YHVH, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem".
Kohelet 12:13. Veja qual é o dever de todo o homem: Guardar os mandamentos de YHVH. E você ensina somente sete Leis quando a torah de YHVH tem 613.
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a YHVH, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem".
Kohelet 12:13. Veja qual é o dever de todo o homem: Guardar os mandamentos de YHVH. E você ensina somente sete Leis quando a torah de YHVH tem 613.
Sha'ul Ben Shalom
Você diz que Yeshua ensinou contra a torah, mas cá estou eu, cumprindo a torah.
Você diz que Yeshua ensinou contra a torah, mas cá estou eu, cumprindo a torah.
Raphael D'Araujo
Sha'ul Ben Shalom - tome por base a Teoria do gato de Schrödinger: que nos endereça a seguinte questão: "Suponha que um gato esteja trancado dentro de uma caixa, e que dentro desta caixa há um frasco de cianureto levemente tampado. Se este gato derramar o frasco ele morreria em 10 minutos. Pergunta-se então, como a caixa está fechada e não sabemos o que está acontecendo lá dentro, então este gato está vivo ou morto?" A resposta da Física Quântica atual, que devido ao Princípio da Incerteza de Heisenberg é incapaz de dar um parecer conclusivo, postulou como 'VERDADE ABSOLUTA' que este gato estaria num estado 50% vivo e 50% morto! E isso para eles É uma 'REALIDADE CIENTÍFICA'. Um fato corriqueiro e plenamente "normal".
Daí surgiu a frase de Einstein: "D'us não joga dados.
Concordo com o Eliezer Abensur
Sha'ul Ben Shalom - tome por base a Teoria do gato de Schrödinger: que nos endereça a seguinte questão: "Suponha que um gato esteja trancado dentro de uma caixa, e que dentro desta caixa há um frasco de cianureto levemente tampado. Se este gato derramar o frasco ele morreria em 10 minutos. Pergunta-se então, como a caixa está fechada e não sabemos o que está acontecendo lá dentro, então este gato está vivo ou morto?" A resposta da Física Quântica atual, que devido ao Princípio da Incerteza de Heisenberg é incapaz de dar um parecer conclusivo, postulou como 'VERDADE ABSOLUTA' que este gato estaria num estado 50% vivo e 50% morto! E isso para eles É uma 'REALIDADE CIENTÍFICA'. Um fato corriqueiro e plenamente "normal".
Daí surgiu a frase de Einstein: "D'us não joga dados.
Concordo com o Eliezer Abensur
a mesma história de sempre: a tradução sempre é errada.
Contraditório cristão ao supra:
ecclesia.com.br/biblioteca/igreja_ortodoxa/
Aspectos da cristologia - João Duque