Podemos resumir a palavra grega Hades como correspondente à hebraica She'ol? | Morre-se, e depois?
- Ocorre que a palavra Hades tem apenas significado em grego se relacionada ao nome do deus grego do submundo, não é possível divorciar uma coisa da outra. She'ol quer dizer outra coisa, nada a ver com sepultura, sepultura é kever.
- No Judaísmo ortodoxo She'ol é o local de purificação espiritual ou punição para os mortos, um local o mais distante possível do Céu. De acordo com a maior parte das fontes judaicas, o período da purificação ou punição é limitado a apenas doze meses e cada sábado é excluído da punição. Após este período, a alma irá acender ao Olam Habá, o mundo a vir, ou será destruída se for muito má. O local de purificação espiritual ou punição para os mortos maus não é chamado no Judaísmo de "Inferno", e sim por Gehinnom ou Sheol. É um nome figurativo para um local onde se acreditava que eram reunidos os mortos.
Morre-se, e depois? Não falta por aí quem, mesmo entre as populações católicas, responda assim a esta pergunta: “Morre-se e vai-se para o buraco. E acaba-se tudo”. Outras pessoas, marcadas certamente pelas antigas catequeses fortemente moralistas e aterradoras que foram obrigadas a frequentar em criança, adiantam: “Só o corpo é que morre e vai para debaixo da terra, onde fica a aguardar a ressurreição, no fim do mundo; a alma não morre, é imortal, por isso, é levada de imediato diante de Deus para ser julgada por Ele. E depois do julgamento, ou fica para sempre junto de Deus no Céu, se se tiver portado bem, enquanto esteve no corpo; ou fica no inferno para sempre, se se tiver portado mal”. Curiosamente, esta resposta é muito semelhante àquela que nos oferece o Catecismo da Igreja Católica (cf. n.os 1020-1060), neste início do século XXI e do terceiro milénio. Acrescenta-lhe apenas mais este pormenor não menos aterrador que os anteriores: Mesmo a alma que conseguir escapar às eternas penas do inferno, dificilmente escapará a um processo mais ou menos longo de purificação pelo fogo, no chamado Purgatório, até vir a ser considerada digna de ficar para sempre junto de Deus!!! E qual será a resposta de Jesus de Nazaré a esta mesma questão? Subscreve todo este moralismo rançoso e de vómitos do Catecismo da sua Igreja, a qual, entretanto, não hesita em correr a fazer da pretensa salvação das almas um chorudo negócio, ou, pelo contrário, abre-nos a impensáveis horizontes de vida, que só mesmo o Deus de Vivos que o ressuscitou a ele como o primogénito de todos os demais seres humanos, é capaz, e tudo por pura Graça sua, sem querer saber para nada de qualquer mérito nosso?
A resposta que o Catecismo da Igreja Católica adianta é puramente deísta e pagã. Em tudo igual à resposta que as diferentes religiões têm repetido através dos tempos, desde as mais primitivas às mais contemporâneas,todas elas ópio e terror para populações que se sentem oprimidas e impotentes num mundo e numa História que de modo algum conseguem controlar, muito menos, dirigir. Por isso, é uma resposta que nos dá mais do mesmo, bem nos antípodas do Evangelho, ou Boa Notícia do Deus de Vivos que se nos revelou em Jesus de Nazaré. Ora, uma Igreja como a Católica, que responde à grande questão dos seres humanos – “Morre-se e depois?” – nos termos em que o seu Catecismo o faz, só pode ser uma Igreja que vive situada fora da influência do Sopro ou Espírito de Deus, por isso, nos antípodas de Jesus. Consequentemente, nem sequer é credora da confiança da Humanidade. É sal que perdeu a força. Vive instalada na rotina dos dias e na mais crassa preguiça teológica. Há muito que deixou de ser sinal ou sacramento do Deus de vivos que trabalha continuamente para levar por diante e ao seu termo a criação de interlocutores seus, mulheres e homens, constituídos em estado de maioridade e fecundamente criadores na História, que lhes cumpre acompanhar e humanizar, para se converter em mais uma empresa multinacional de religião, com estações de serviço religioso a funcionar a toda a hora nos mais variados locais onde vivem as pessoas.
Para se converter em mais uma a toda a hora nos mais variados locais onde vivem as pessoas.
[..,] para se converter em mais uma empresa multinacional de religião, com estações de serviço religioso a funcionar a toda a hora nos mais variados locais onde vivem as pessoas.
Magalhães Luís
Por isso aquela sua resposta só pode ser feita de mentira, do tipo engana-meninos-tira-lhes-o-pã o. É uma resposta que serve às mil maravilhas para manter as populações cativas e resignadas dentro da presente Ordem económica mundial injusta. É uma resposta destinada a castrar as populações e a mantê-las castradas durante o breve período de tempo em que somos chamados a viver na História. É uma resposta destinada a acorrentar as consciências, a fazer das populações mais bestas de carga do que seres humanos criadores e protagonistas. É uma resposta concebida para desmobilizar as populações dos grandes combates históricos pelo Pão e pela Justiça, pela Liberdade e pela Paz, ou, na linguagem dos Evangelhos Sinópticos, dos grandes combates pelo Reino/Reinado de Deus dentro da História. É uma resposta que condena as populações a sentir-se encurraladas na História, como prisioneiras numa caverna, de onde só se conseguem libertar no momento da morte do corpo.
Mas o mais sádico da resposta do Catecismo da Igreja Católica é ela afirmar, sem pestanejar, que a libertação da alma do corpo, no momento da morte deste, longe de ser uma garantia de libertação para a liberdade, é, na maior parte dos casos, a passagem duma caverna – o corpo humano– para outra caverna infinitamente pior, chamada purgatório, ou inferno. E, no caso do inferno, uma caverna com inimagináveis penas que nunca mais terão fim!...
É claro que se a vida dos seres humanos fosse para se resumir a este breve inferno histórico, que é o viver aqui e agora da esmagadora maioria da Humanidade, logo seguido do inferno eterno, então melhor seria nunca termos nascido. Nem nos venham a correr dizer que a mesma Igreja, que estes horrores ensinou e ensina, está também apetrechada dos meios de salvação, e que bastará que as pessoas a integrem durante o tempo do seu viver histórico, e recorram, sempre que necessário, aos meios que ela põe à sua disposição para garantirem a salvação das suas almas. Porque então uma Igreja assim é o cúmulo da crueldade humana. Primeiro, anuncia horrores sem conta nem medida às pessoas; e depois de as ter totalmente à sua mercê, submissas e humilhadas, ainda as obriga a manter os cordões da sua bolsa sempre abertos para pagarem, durante toda a vida e mesmo depois de morrerem, os meios da salvação das suas almas!... Reconheça-se que como sistema pode ser engenhoso. Mas a verdade é que tem tanto de engenhoso como de perverso.
Morre-se, e depois? A resposta à pergunta interessa a todos os seres humanos. Mas quem hoje está melhor colocado perante a pergunta são precisamente os ateus e os agnósticos. Os crentes das distintas religiões e Igrejas, incluídos os que fazem sua a resposta do Catecismo da Igreja Católica são, neste particular, os mais infelizes dos seres humanos. Porque a resposta que foram levados a interiorizar é uma resposta feita de mentira. Ora, é melhor não ter resposta nenhuma, do que ter uma resposta feita de mentira.
De resto, é sempre muito mais saudável para os seres humanos vivermos toda a vida confrontados com aquela pergunta que tem tudo a ver com o sentido último da nossa existência, mesmo que nunca cheguemos a encontrar uma convincente resposta para ela, do que, incomodados pela ausência duma resposta concreta, corrermos à estação religiosa ou eclesiástica de serviço mais próxima a adquirir a resposta mentirosa que lá é dada a quem se fizer seu utente permanente.
Não nos deixemos enganar. Basta de infantilismos e de horrores em nome de Deus ou de Nossa Senhora de Fátima (não se diz oficialmente urbi et orbi que a senhora de Fátima veio propositadamente a Portugal mostrar o inferno a três crianças precocemente guardadoras de rebanhos, e que ele é assim como uma caverna de fogo, para onde, segundo ela, vão as almas dos pobres pecadores depois da morte?!). Basta de submissão aos manipuladores do medo e aos comerciantes de Deus ou de Jesus Cristo, habilmente disfarçados de clérigos, reitores de santuários e de pastores de Igrejas. Fujamos de uns e de outros a sete pés. As respostas que eles e as suas Religiões e suas Igrejas dão, sem pestanejar, à pergunta – Morremos, e depois? e a algumas perguntas mais (por exemplo, Donde vimos? Para onde vamos?) são todas respostas mentirosas. Pelo simples facto de serem respostas interesseiras. Vejam como todas elas exigem, como condição para haver garantia de salvação, a adesão das pessoas à respectiva instituição, com as inerentes obrigações do pagamento do dízimo e a frequência regular nos seus cultos, as quais , no seu conjunto, contribuirão para as fazer crescer em poder e influência na sociedade onde elas estão implantadas. Respostas assim são sempre mentirosas. Só a Graça é verdade. E a Liberdade. Quando há interesses, fora do âmbito da Graça e da Liberdade, as respostas avançadas pelas instituições beneficiadas são sempre mentirosas.É por isso que Jesus de Nazaré não encaixa em nenhuma Igreja, nem em nenhuma religião.Sempreserá perseguido, condenado e, finalmente, crucificado por todas elas. Nem que seja para depois elas o proclamarem como o seu Deus, mas sempre e só à maneira de um ídolo, que elas podem manipular à vontade e em proveito próprio.
É com Jesus, e Jesus crucificado, que aprendemos que a pergunta – Morremos, e depois? tem muito pouco a ver connosco, enquanto seres humanos responsáveis pela História e uns pelos outros. Essa pergunta tem mais a ver com os nossos medos perante a História e perante os outros. São os nossos medos perante a História e perante os outros que nos impedem de sermos mulheres, homens em plenitude, criadores, rebeldes, insurrectos, libertários, irmãos e companheiros dos demais, sujeitos, protagonistas, e tudo isto na dimensão e na intensidade em que Jesus de Nazaré se atreveu a ser, no seu tempo e país.
Quando nos libertarmos destes nossos medos e formos mulheres, homens assim, como Jesus, nunca mais andaremos aflitos com a questão – Morremos, e depois?, mas com estoutra, bem mais subversiva e revolucionária,portanto, historicamen te mais verdadeira: Nascemos/ vivemos, e depois? Isto é: O que fazemos com a vida que nos foi dada? Ao serviço de quem a colocamos todos os dias? Quem está a beneficiar com a nossa vida, enquanto estamos na História? A quem vai aproveitar tudo o que sou e tenho e que me foi dado para eu desenvolver e dar também?
Quando assim é, já não é mais a morte que nos preocupa, mas a vida. Para que a vida não seja um morrer todos os dias para as grandes e as pequenas Causas da Humanidade e do Universo. Seja, sim, um viver cada vez mais comprometido com as grandes e as pequenas Causas da Humanidade e do Universo. Porque, então, quando a Morte nos acontecer, será simultaneamente o fim de tudo e o Começo de tudo, como sucede com toda a explosão, nomeadamente, a do grão de trigo. É o fim de tudo, na perspectiva do nosso aqui e agora, mas não para cairmos no nada. É o fim de tudo, mas ao modo do grão de trigo que é lançado à terra e morre para dar muito fruto. É o fim de tudo, mas para PASSARMOS (Páscoa) a um Viver Novo, em moldes e dimensões e qualidade, que nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração alguma vez conseguirá imaginar.
A Morte, para quem vive para as grandes e as pequenas Causas da Humanidade e do Universo, tem o condão de nos reduzir ao Essencial. Por isso, torna-nos invisíveis aos olhos. Tudo o que, nesse momento, houver em nós de mentiroso, de idólatra, de perverso, de inumano, de ódio, de medo, de infantilista,de cruel, de prepotente, de tirânico, de opressor, de explorador não aguenta a explosão final da vida que é a Morte e desaparece como por encanto. A Morte põe fim a tudo o que não é Essencial. Como acontece com o grão de trigo que morre, que explode sob a terra. O Novo Corpo que resulta dessa explosão será vida na Vida, rio no Mar, ser criado no Criador. Porque Deus que nos criou na evolução, também nos ressuscita no instante do nosso morrer, precisamente porque é Deus de vivos, não de mortos. E tudo isto Ele realiza por pura Graça sua, sem querer saber para nada de méritos ou deméritos nossos.
Felizes, por isso, as mulheres, os homens que, como meninas, meninos, acolhermos esta Boa Notícia testemunhada e revelada no viver/morrer de Jesus de Nazaré. E, como ele, vivermos todos os dias da nossa vida na História em coerência com ela. E mais felizes ainda, se todos os dias nos deixarmos impulsionar pelo seu Sopro libertador, misteriosa e gratuitamente, presente no mais íntimo de nós. Como Sopro de Graça e de Verdade que é, liberta-nos dos nossos medos perante a História e perante os outros seres humanos, e faz-nos viver para as grandes e as pequenas Causas da Humanidade e do Universo. Cresceremos então em sabedoria, em graça, em liberdade e, sobretudo, em entrega aos demais e às grandes e às pequenas Causas da Humanidade e do Universo, à medida que também crescemos em anos. E quando, finalmente, a Morte nos acontecer, ela será aquela explosão que ainda nos faltava para sermos definitivamente reduzidos ao Essencial, por isso, vivos no mesmo Deus de Vivos que um dia nos chamou pelo nome para que fôssemos suas filhas muito amadas, seus filhos muito amados. Pois bem, que então o nosso viver na História seja sempre um viver bem à altura da Graça que nos está reservada.
Podemos resumir a palavra grega Hades como correspondente à hebraica She'ol?
Ocorre que a palavra Hades tem apenas significado em grego se relacionada ao nome do deus grego do submundo, não é possível divorciar uma coisa da outra. She'ol quer dizer outra coisa, nada a ver com sepultura, sepultura é kever.
No Judaísmo ortodoxo » She'ol é o local de purificação espiritual ou punição para os mortos, um local o mais distante possível do Céu. De acordo com a maior parte das fontes judaicas, o período da purificação ou punição é limitado a apenas doze meses e cada sábado é excluído da punição. Após este período, a alma irá acender ao Olam Habá, o mundo a vir, ou será destruída se for muito má. O local de purificação espiritual ou punição para os mortos maus não é chamado no Judaísmo de "Inferno", e sim por Gehinnom ou She'ol. É um nome figurativo para um local onde se acreditava que eram reunidos os mortos.
ERRATA:VIA FACEBOOK
Há quem diga que NÃO se pode usar as palavras VITÓRIA, GLÓRIA, EVANGELHO, BÍBLIA, HADES, etc, SÓ POR QUE tais palavras foram usadas para nomear ÍDOLOS ou usadas em referência a alguma idolatria, ou a alguma maldade!
MAS, as palavras DEPENDEM do CONTEXTO!
1. O fato de o rei SALOMÃO (= PAZ) ter sido um péssimo exemplo, NÃO significa que não possamos usar a palavra PAZ!
...
2. O fato de TAMUZ ser um n...ome de um ÍDOLO, o qual foi adorado por alguns JUDEUS (Ezequiel 8:1 – Ezequiel 8:14), NÃO significa que os JUDEUS estejam errados em usar um CALENDÁRIO que tenha um mês chamado TAMUZ, assim como NÃO há problema NENHUM em termos um mês chamado AGOSTO.
3. O fato de alguns JUDEUS terem adorado a um ÍDOLO chamado SOL (Ezequiel 8:16), NÃO significa que seja errado usar a palavra SOL/shemesh (שֶׁמֶשׁ), assim como, o fato de a palavra grega HADES, que literalmente significa NÃO VISTO, ser tanto o nome de “um deus da mitologia grega” quanto “o mundo invisível, na mitologia grega”, isso NÃO impede que tal palavra seja usada em OUTRO CONTEXTO.
4. O fato de alguns JUDEUS terem adorado a um ÍDOLO chamado RAINHA DOS CÉUS (Jeremias 7:17,18 – Jeremias 44:17-19 – Jeremias 44:25), NÃO significa que seja errado usar a palavra RAINHA/ meleketh (מִלְכֹּת) e a palavra CÉU/shamayim (שָׁמַיִם).
5. O fato de as palavras hebraicas para os planetas URANO e NETUNO serem respectivamente URANUS (אוּרָנוּס) e NEPTUN (נֶפְּטוּן) e do planeta anão PLUTÃO ser PLUTU (פְּלוּטוֹ), NÃO significa que estamos IDOLATRANDO! Tudo depende do CONTEXTO!
6. O fato de a palavra ELOHIM, de a palavra ELOAH e de apalavra EL também se referirem aos ÍDOLOS, NÂO significa que seja errado usar tais palavras, tanto que, na Escritura, ELOHIM, ELOAH e EL são usadas tanto referindo-se ao Criador, quanto aos ÍDOLOS.
(a) EL (אֵל), referindo-se aos ÍDOLOS (Ex 15:11 - Ex 34:14 - Dt 32:12 - Sl 44:20 - Sl 77:13 - Sl 81:9 - Sl 95:5 - Is 43:10 - Is 44:10 - Is 44:15 -Is 44:17 - Is 45:14 - Is 45:20 - Is 46:6 - Is 46:9 - Is 57:5 - Ez 28:2 - Dn 11:36 - Ml 2:11);
(b) ELOAH (אֱלוֹהַּ), referindo-se aos ÍDOLOS (2Cr 32:15 - Dn 11:38 - Dn 11:39 - Hb 1:11);
(c) ELOHIM (אֱלֹהִים), referindo-se aos ÍDOLOS (Ex 20:3 - Dt 13:2 - Jz 16:23 - 2Rs 19:18 - Sl 82:6).
Hades incotestavelmen te é um nome de idolatria, os demais nomes atualmente não são nomes de idolatria.
A não ser Evangelho.