GÁLATAS 3 - REFLEXÃO



Recentemente a actriz Sharon Stone classificou um terramoto, ocorrido na China e que matou mais de setenta mil pessoas, como um castigo de D'us, pelo “modo como os chineses tratam os tibetanos”.
A ideia não é nova e pelo menos Homero já a utilizava. Logo a abrir a Ilíada, o sacerdote de Apolo, Crises, queixa-se por lhe terem raptado a filha. Então
… Enfureceu-se o deus contra o rei e por isso espalhara entre o exército
uma doença terrível de que morriam as hostes.
Assim (o sacerdote) disse, orando; e ouviu-o Febo Apolo.
Desceu do Olimpo, com o coração agitado de ira.
Nos ombros trazia o arco e a aljava duplamente coberta;
aos ombros do deus irado as setas chocalhavam
à medida que avançava. E chegou como chega a noite.
Depois sentou-se à distância das naus e disparou uma seta:
terrível foi o som produzido pelo arco de prata.
Primeiro atingiu as mulas e os rápidos cães;
mas depois disparou as setas contra os homens.
As piras dos mortos ardiam continuamente. (I, 9-11; 43-52).
Mais tarde, foram os discípulos de Jesus que perante a cura do cego de nascença perguntavam: “Mestre, quem teve a culpa de ter nascido cego: ele ou os pais?”. De pouco adiantou a recusa de Jesus em aceitar tal explicação: “Nem ele nem os seus pais” (Jo 9,2.3).
Mais recentemente, o cardeal Siri veio também dizer que a sida era um castigo de Deus.

É já altura de deixarmos de maltratar Deus e culpá-lo das nossas burrices. Muito do nosso sofrimento é causado pelos nossos erros, pelos erros dos outros ou pela dinâmica de uma natureza que é tão imperfeita como nós. Mas é tão cómodo culparmos Deus.
Coitado de Deus! Deus que é Amor puro, oblativo, comunicativo.
Mas até aqueles que acreditam que Deus é Amor, arranjam maneiras para distorcer esse Amor. Deus castiga porque ama; e quanto mais sofrimento mandar, maior é o seu amor. Tenho ouvido tantas vezes isto, especialmente agora que estou doente!

E, no entanto, Jesus para nos mostrar o Amor de Deus contou aquela parábola lindíssima do filho pródigo. Deus é o Pai que espera todos os dias o regresso do filho pecador. E quando ele regressa e nem sequer se acha digno de ser escravo na casa paterna, o Pai manda aos seus servos: “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado” (Lc 15, 22-24).

Como é bom acreditar num Deus assim que está sempre disposto a amar-nos e parece que nem sequer chega a tomar consciência dos nossos pecados!


  • Pode ser. Porque não? Foi assim com o diluvio, Sodoma e Gomorra, Pompéia..... D'us pune sim. Ele é misericordia mas também é justiça.
    18/4 às 20:28 através de telemóvel · Gosto
  • É, Alcides Jose de Castro, no entanto, Jesus para nos mostrar o Amor (ágape) de D'us contou aquela parábola lindíssima do filho pródigo. Deus é o Pai que espera todos os dias o regresso do filho pecador. E quando ele regressa e nem sequer se acha digno de ser escravo na casa paterna, o Pai manda aos seus servos: “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado” (Lc 15, 22-24).
    Como é bom acreditar num D'us assim que está sempre disposto a amar-nos e parece que nem sequer chega a tomar consciência dos nossos pecados!
  • Magalhães Luís Temos de sair da mentalidade do Tanach.
  • Magalhães Luís Os académicos escoliastas que nada querem com o Tanach [apenas buscam encontrar nele a coerência temática e a unidade literária, quando ela existe, claro] e com as citações dele nos escritos cristãos; nem esperamos nenhum messias nem o fim do mundo e nem o arrebatamento, nem aceitamos a carta de Judas e nem a Carta ebionita aos Hebreus e nem o Apocalipse ou dízimos ou sacrifícios). Quanto à divindade de Jesus, os escoliastas e teólogos consideram as palavras de Moisés e do resto do Tanach 'coisinhas' com mais ou menos importância. Paulo, num momento de grande lucidez e de uma intensa provocação por parte dos judaizantes cristãos, as considerou assim (VEJA-SE A CARTA AOS GÁLATAS 3 » 19 Qual era então o propósito da TORAH? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o Descendente [...], e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. 20 Contudo, o mediador representa mais de um; D'us, porém, é um [D'us encarna-se. Kierkegaard disse que a noção de próximo é a novidade radical introduzida pela Revelação cristã. Foi, talvez, por isso que o mestre Paulo falou tão pouco de solidariedade: a solidariedade máxima foi/é a incarnação de D'us que quis “armar a sua tenda” no meio de nós, para que todos, sem excluir nem privilegiar ninguém, tenhamos a vida e a tenhamos em abundância]). Ele (Moshe) recebeu as "mensagens dos dedos" de ANJOS/MENSAGEIROS. O que quer dizer de muitas inspirações e imaginações culturais, literárias orais, mas nada de divino. Anjos não são D'us. São metáforas para plágios culturais e muita imaginação e manipulação política. E muitas "pedras" para delapidar (nas decisões jurídicas desumanas). A todos os vilões internos e externos. Que não tinham identidade, então as mulheres, nestas sociedades patriarcais... "Contudo, o mediador Moisés representa mais de um (aos "mensageiros"); D'us, porém, é um ". Logo se o HaShem é UM, Yeshua, é D'us encarnado. Jesus não é medianeiro de Mal'akim. É de UM. "Eu e o Pai somos UM". Acho que é bem claro em Gálatas 3.
  • Alcides Jose de Castro Vc é protestante tbm??
    olha concordo com vc D'us é amor mas nao poupou David homem segundo o seu coracao quando permitiu que o filho fosse morto.embora estejamo
    18/4 às 20:45 através de telemóvel · Gosto
  • Alcides Jose de Castro Na graça D'us corrige ao filho que ama.e é assim para com todos.criaturas e filhos.
    18/4 às 20:46 através de telemóvel · Gosto
  • Magalhães Luís Eu sempre fui protestante. Sou de linha calvinista, mas não aliancista. Relativizamos o Tanach.
  • Magalhães Luís E sempre gostei de Gl 3 porque afirma que Jesus é D'us. Contudo, o mediador Moisés representa mais de um (aos "mensageiros"); D'us, porém, é um ". Logo se o HaShem é UM, Yeshua, é D'us encarnado. Jesus não é medianeiro de Mal'akim. É de UM. "Eu e o Pai somos UM". Acho que é bem claro em Gálatas 3.
  • Alcides Jose de Castro Eu só sei que a alavra de D'us é poder JesusCristo o Nazareno é o Senhor e o seu amor nos constrange.muda qq vida e estória
    18/4 às 20:48 através de telemóvel · Não gosto · 1
  • Magalhães Luís Paulo é decisivo nisso.
  • Alcides Jose de Castro Eu só sei que a alavra de D'us é poder JesusCristo o Nazareno é o Senhor e o seu amor nos constrange.muda qq vida e estória
    18/4 às 20:51 através de telemóvel · Gosto
  • Magalhães Luís O argumento do in persona Christi: o pastor ou padre está na pessoa de Cristo; ora Cristo foi homem e não mulher, como pode uma mulher estar na pessoa de um homem? Será que o conceito de pessoa se esgota na genitalidade? Apesar de uma riquíssima doutrina sobre a dignidade humana, há algumas “incoerências romanas e presbiteranas e batistas” como esta. Por exemplo, a recusa de contraceptivos (entre o magistério católico) parece partir da ideia de que a mulher é um conjunto de hormonas cuja produção não pode ser alterada: a perspectiva antropológica é preterida pela biológica! Mas demos a palavra a quem sabe do assunto, o teólogo Legrand: “Por um lado, a cristologia patrística, mesmo vendo em Cristo o novo Adão, dá um significado decisivo ao facto de ele ter assumido a natureza humana sem se preocupar com a condição masculina desta natureza. Por outro, dado que o ministério ordenado deve determinar-se cristológica e, ao mesmo tempo, pneumatologicamente, a representação de Cristo requer a mediação eclesial. Só se poderia representá-lo, se se representasse a fé e a comunhão da Igreja. Não poderia uma mulher representar plenamente a fé e a comunhão da Igreja? Se pode estar in persona ecclesiae no sentido indicado, não poderia estar também in persona Christi?”
  • Magalhães Luís Atenção ao uso da palavra "estória". O mais correcto é história. Existe ambiguidade em "estória".
  • Alcides Jose de Castro eu nao tenho dúvida alguma quanto a Jesus e o Pai ser Um.
    18/4 às 20:56 através de telemóvel · Não gosto · 1
  • Alcides Jose de Castro Quando disse estória é a estória pessoal de cada pessoa e nao a história mundial.
    18/4 às 20:58 através de telemóvel · Não gosto · 1
  • Magalhães Luís Estória é um neologismo proposto por João Ribeiro (membro da Academia Brasileira de Letras) em 1919, para designar, no campo do folclore, a narrativa popular, o conto tradicional.
    Alguns consideram o termo arcaico, por ter sido encontrado também em textos antigos, quando a grafia história ainda não havia sido consolidada na língua portuguesa.
    O termo acabou por não ter uma aceitação generalizada, não figurando nos dicionários portugueses e apenas em alguns brasileiros. Apesar de ter sido usada na linguagem coloquial, o termo nunca figurou na norma culta.
    O Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Caldas Aulete classifica o termo como brasileirismo, afirmando que a palavra foi proposta, mas deve ser usada a forma história.
    No Brasil,  a estória tem uma conotação de narrativa criada, inventada, sugerida, uma obra de ficção. Já a história é uma narrativa que faz parte dos fatos ocorridos na vida dos povos, uma obra não ficcional.
    Estória é, também, considerada por muitos como um Anglicismo com origem na palavra story. A grafia a ser usada corretamente, para qualquer situação é história.
  • "Apesar de ter sido usada na linguagem coloquial, o termo nunca figurou na norma culta."
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