Nesta quinta-feira, o regime de Bashar Al Assad, na Síria, simplesmente desligou toda a rede de computadores e telefonia do país, enquanto realizava a maior ofensiva contra rebeldes em Damasco.
Se aprovado, o texto representaria a abertura de um novo capítulo para a internet. Para o gigante Google, a conferência representa uma "séria ameaça". Segundo a empresa, a reunião ameaça comprometer de forma profunda o futuro da liberdade de informação na internet se a posição de regimes ditatoriais prevalecer.
Não por acaso, a empresa que controla o YouTube vem fazendo um vasto lobby pelo mundo, em busca de apoio por parte de governos para que vetem trechos na resolução final que acabe limitando o fluxo de informação na internet. "Apenas governos tem voz na decisão final e entre esses governos estão aqueles que não apoiam uma internet aberta e livre", declarou a empresa em um comunicado. Segundo o Google, governos já fizeram 21 mil solicitações à empresa para que fornecesse dados sobre usuários, num sinal do interesse das autoridades em controlar informações.
Mas, às vésperas do encontro, o mundo político está dividido. "Não há como pensar em deixar a internet sem um controle", declarou o embaixador da China na ONU, Liu Zheming. Países árabes também têm apoiado o texto, assim como regimes na África, Rússia e alguns regimes mais fechados na Ásia.
Para alguns desses países, o lobby feito pela Google não passa de uma campanha de relações públicas para tentar vender uma imagem de ser uma empresa interessada na liberdade dos internautas, quando o motivo real seriam os lucros que poderiam deixar de ter.
O Brasil já deixou claro que irá se opor a essa linguagem, aproximando-se mais da posição de Estados Unidos e Europa que dos demais emergentes. Para o governo brasileiro, não existe qualquer chance de que se defenda limitações ao fluxo de informação na internet. A delegação brasileira será composta por ministros, indicando a importância que o governo dá ao assunto.
Dispostos a impedir que essa declaração seja aprovada, a delegação americana chegará em Dubai com 125 integrantes. A posição dos Estados Unidos é de defender o status quo na gerência da internet, principalmente diante do fato de que, hoje, as empresas que mais ganham com a rede são americanas.
Oficialmente, porém, a delegação americana apenas alegará que uma aliança de países está sendo formada para criar argumentos para aumentar a censura na internet, sob a justificativa de lutar contra spam, pedofilia ou outros crimes.